A partir de junho, Brasil integra projeto global para criar imunização contra o novo coronavírus Sars CoV-2. Será o primeiro país fora do Reino Unido a realizar os testes, com apoio da Fundação Lemman. Imagem retirada de vídeo mostra voluntário recebendo injeção durante teste de vacina experimental de Covid-19 realizado pela Universidade de Oxford, em 25 de abril
University of Oxford via AP
Dois mil brasileiros participarão dos testes para vacina contra a Covid-19 idealizada pela Universidade de Oxford. A estratégia faz parte de um plano de desenvolvimento global, e o Brasil será o primeiro país fora do Reino Unido a começar a testar a eficácia da imunização contra o Sars CoV-2.
Brasileira que coordena testes com vacina na Inglaterra explica dilema da prova de eficácia
O procedimento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o apoio do Ministério da Saúde. Em São Paulo, os testes serão feitos em 1 mil voluntários e conduzidos pelo Centro de Referência para Imunológicos Especiais (CRIE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A Fundação Lemann está financiando a estrutura médica e dos equipamentos.
Os voluntários precisam estar na linha de frente no combate ao coronavírus, com uma chance maior de exposição ao Sars CoV-2. Eles também não podem ter sido infectados em outra ocasião. Os resultados serão importantes para conhecer a segurança da vacina prevista para final deste ano.
Testes já iniciaram
Em todo o Reino Unido, a fórmula está sendo aplicada em 10 mil voluntários. O dilema para provar a possível eficácia está justamente no fato de os cientistas dependerem da continuidade da circulação do vírus entre a população para que os voluntários sejam expostos ao coronavírus Sars-Cov-2.
Doutora pelo Instituto Butantan, a cientista Daniela Ferreira coordena um dos centros que testa a vacina de Oxford e trabalha para que o esforço não seja em vão e termine arquivado nos fundos dos freezers de laboratórios.
“É uma situação um pouco bizarra, porque você quer que o coronavírus desapareça, não quer que as infecções continuem”, diz a chefe do departamento de ciências clínicas da Escola de Medicina Tropical de Liverpool.
Coordenadora de testes com vacina para Covid-19 explica dilema para provar eficácia
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