Especialistas da organização foram questionados sobre se haveria alguma ajuda específica para Manaus. Entidade também reforçou critérios para liberação do isolamento. 26 de abril: trabalhadores de saúde protestam contra a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) em Manaus enquanto seguram fotos de colegas que morreram de Covid-19.
Bruno Kelly/Reuters
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, firmou, nesta quarta-feira (6), que está trabalhando com o governo brasileiro para combater a pandemia de Covid-19. A entidade foi questionada, durante coletiva em Genebra, especificamente sobre a situação de Manaus.
“Como você sabe, estamos trabalhando com o governo brasileiro e vamos continuar trabalhando para dar qualquer apoio que precisarem”, declarou o diretor-geral.
O diretor de emergências da organização, Michael Ryan, disse que, no passado, a entidade já trabalhou diretamente com estados do país, a pedido do governo federal, para combater a febre amarela.
“Temos um escritório regional forte lá, a Opas. E estamos dispostos a fornecer apoio técnico direto a qualquer estado se os governos solicitarem que façamos isso”, disse Ryan.
A líder técnica dos programas da entidade, Maria van Kerkhove, ressaltou que, por causa do cancelamento de voos, ainda que não seja possível para os especialistas irem a todos os lugares, eles têm realizado reuniões virtuais.
“Não especificamente para o Brasil, mas nesse novo normal em que estamos, em que não podemos chegar a todos os lugares que gostaríamos, estamos achando novas formas de dar apoio a países. Em alguns países, estamos fazendo reuniões virtuais”, afirmou.
Critérios para liberação do isolamento
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Fabrice Coffrini / AFP
Tedros também reforçou a lista de 6 critérios elaborada pela OMS que os países devem observar ao liberar as medidas de isolamento para conter a Covid-19. As medidas haviam sido anunciadas no início de abril.
“Primeiro, que a vigilância está forte, os casos estão em declínio e a transmissão está controlada. Segundo, que o sistema de saúde tem capacidade de detectar, isolar, testar e tratar todos os casos e rastrear todos os contatos. Terceiro, que os riscos de surtos são minimizados em ambientes específicos, como unidades de saúde e casas de repouso”, lembrou o diretor-geral.
“Quarto, que medidas preventivas existem em locais de trabalho, escolas e outros lugares onde é essencial que as pessoas vão; quinto, que os riscos de importação podem ser gerenciados; e, sexto, que as comunidades estão totalmente educadas, engajadas e capacitadas para se ajustarem ao ‘novo normal'”, disse Tedros.
Na semana passada, um levantamento da Imperial College de Londres constatou que a taxa de contágio da Covid-19 no Brasil era de 2,8, a maior entre os 48 países analisados pela instituição. Isso significa dizer que cada 10 infectados no país infectam outras 28 pessoas.
Até esta quarta-feira, o país tinha mais de 8 mil mortes confirmadas pela doença, segundo levantamento feito pelo G1 junto às secretarias estaduais de Saúde.
“O risco de retornar ao bloqueio total [lockdown] permanece muito real se os países não gerenciarem a transição com muito cuidado e com uma abordagem em fases”, alertou Tedros.
OMS pede que países investiguem possíveis casos da Covid-19 desde novembro de 2019
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