Alta da Selic trava investimentos e pressiona PMEs a buscarem soluções alternativas de crédito

Com a taxa básica de juros no maior patamar desde 2016, mercado observa retração de investimentos e aumento da procura por estruturas de financiamento descentralizadas, como os Mini Bancos

A alta da Selic para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos, tem provocado efeitos diretos na economia nacional. O crédito mais caro, com juros bancários elevados, tem travado investimentos em expansão, modernização e inovação, especialmente entre as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), setor que representa mais de 96% dos CNPJs ativos no país e cerca de 30% do PIB nacional, segundo o Sebrae.

Enquanto ferramenta de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic busca controlar a inflação desestimulando o consumo por meio do encarecimento do crédito. No entanto, o uso prolongado dessa estratégia tende a gerar uma distorção macroeconômica: o controle da inflação via retração da atividade, e não por ganhos de produtividade. Especialistas apontam que os efeitos da Selic elevada vão além do mercado financeiro e afetam diretamente a capacidade de crescimento do PIB, além de impactar negativamente o consumo, a atividade industrial e a construção civil.

“A alta da Selic cria um ciclo prejudicial no ambiente de negócios: o crédito, essencial para o crescimento e a operação das empresas, especialmente as pequenas e médias, se torna caro demais para ser viável. Isso trava a circulação de capital no setor produtivo, reprime o consumo, inibe investimentos de longo prazo e contribui para a desaceleração econômica. As PMEs, que já têm maior dificuldade de acesso a linhas de crédito subsidiadas, acabam sendo as mais penalizadas e muitas vezes são forçadas a buscar alternativas fora do sistema bancário tradicional, porque não podem esperar pela mudança do cenário macroeconômico para continuar crescendo”, explica Thiago Eik, CEO da Bankme, fintech que já estruturou Mini Bancos em 22 estados brasileiros.

Dados do Banco Central apontam que, embora grandes empresas tenham reduzido sua dependência do crédito de giro desde a pandemia, PMEs mantiveram níveis elevados de endividamento com taxas flutuantes, frequentemente atreladas à Selic, tornando-se mais expostas à alta dos juros. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o encarecimento do capital já compromete projetos de inovação e modernização no parque industrial brasileiro, enquanto a Confederação Nacional do Comércio (CNC) também alerta para a queda no consumo e a dificuldade de geração de empregos nos setores de comércio e serviços. 

Nesse contexto, o modelo de Mini Bancos estruturado pela Bankme tem ganhado tração como uma alternativa concreta para viabilizar o crédito fora dos grandes conglomerados financeiros. Os Mini Bancos operam como estruturas reguladas e juridicamente seguras para antecipar recebíveis, emitir CCBs (Cédulas de Crédito Bancário) e travar agendas bancárias, que são mecanismos fundamentais para a manutenção do fluxo de caixa em tempos de escassez de capital.

Diferente dos bancos tradicionais, os Mini Bancos são operados por empresas ou agentes financeiros que conhecem de perto o mercado e os riscos envolvidos. Esse conhecimento aprimora a análise de crédito e reduz assimetrias de informação e custos operacionais, oferecendo mais previsibilidade ao tomador. O modelo ganha relevância em um momento em que o Banco Central prevê manutenção da Selic elevada ao longo de 2025. “Os Mini Bancos funcionam como uma descentralização do crédito. O empreendedor cria seu núcleo financeiro com governança, operação regulada e acesso a soluções estruturadas. É uma forma de oferecer crédito onde ele mais falta”, complementa Eik.

Além de oferecer crédito de forma mais acessível, os Mini Bancos contam com ferramentas de mitigação de risco, como o uso da trava de agenda bancária, controle de inadimplência e suporte contábil integrado. “Nosso papel não é substituir os bancos, mas criar caminhos alternativos para empresas que precisam de liquidez e autonomia para continuar operando”, afirma o CEO.

Com mais de R$ 1 bilhão em volume já operado e R$ 150 milhões sob gestão ativa, a Bankme aposta em tecnologia, compliance e infraestrutura como pilares para viabilizar Mini Bancos com inteligência e segurança. A fintech defende que o acesso ao crédito é um motor essencial do desenvolvimento econômico e que soluções financeiras descentralizadas podem democratizar esse acesso com mais eficiência e alinhamento às necessidades reais do mercado. “A Selic é uma variável macro. Nós estamos focados nas soluções micro, aquelas que realmente fazem diferença no dia a dia do empresário. Nosso objetivo é dar autonomia e ferramentas para que ele não fique refém do sistema bancário tradicional. O Mini Banco é um passo nessa direção”, conclui Thiago Eik.

Sobre a Bankme

A Bankme é uma fintech que apoia médias empresas na superação dos desafios de crédito e gestão de caixa. Por meio da estruturação de Mini Bancos — operações de crédito internas e reguladas — as empresas podem antecipar recebíveis, alongar prazos e rentabilizar capital com mais autonomia. Utilizando instrumentos como debêntures e securitização, os Mini Bancos permitem que empresas financiem seus próprios parceiros, com recursos próprios ou de seu ecossistema. Em poucos dias, essas organizações passam a operar com mais eficiência financeira, reduzindo custos e criando novas fontes de receita. Atualmente, a Bankme conta com mais de 160 Mini Bancos ativos, R$ 1 bilhão sob gestão e registro na CVM, além do apoio de fundos como DOMO VC, Apex Partners e Bamboo.

Mariana Padilha
(41) 99636-1212
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By Negócio em Alta

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