Vídeo mostra alta da médica que ficou 50 dias sedada na UTI com Covid-19 em São Paulo


A gastroenterologista Angelita Habr-Gama, de 87 anos, é referência mundial na especialidade e recebeu alta no domingo (10) ao se curar do coronavírus. Aos 87 anos, cirurgiã se recupera da Covid-19
iUma senhora ficou quase dois meses internada na UTI, teve alta no domingo. 87 anos. É a cirurgiã Angelita Habr-Gama. Ela conseguiu se recuperar da Covid-19 e já está doida para voltar ao trabalho. Essa doutora é referência mundial em doenças de intestino. Ela falou com a gente sobre como foi vencer o coronavírus.
A cirurgiã Angelita Habr-Gama, 87 anos e curada da Covid-19, deixou o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, na cidade de São Paulo, no domingo (10). Ela ficou 50 dias sedada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em tratamento contra o coronavírus.
“Fui sedada e entubada dois meses. Dois meses dos quais a gente sente absolutamente nada. Quando acorda, a gente acha que nada se passou, felizmente. Aí sim eu me dei conta da gravidade do que eu havia tido”, disse a doutora Angelita Gama ao SP1 desta tarde.
“O acordar é bem interessante. Parece que você está realmente nascendo. Foi uma sensação maravilhosa, você ver ao seu redor as pessoas familiares, pois conheço toda a equipe da UTI. Foi incrível, foi incrível. É um vírus realmente poderoso”, continuou.
Ela deu entrada na unidade hospitalar no dia 18 de março, quando o estado de São Paulo contabilizava 240 casos confirmados da doença e três mortes por infecção do coronavírus – nesta quarta-feira (13), São Paulo ultrapassou a marca de 4 mil mortos por coronavírus.
Na nota que anunciou a cura, o hospital onde a cirurgiã esteve internada e onde atua desde 1960 disse que “a Dra. Angelita Habr-Gama tem significado especial para todos nós do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e para todos os profissionais da saúde. Dra. Angelita é uma das mais brilhantes cirurgiãs do país, uma profissional reconhecida internacionalmente por sua atuação na área de coloproctologia e por seu trabalho como pesquisadora”.
Vídeo mostra alta da médica Angelita Habr-Gama, que ficou 50 dias sedada na UTI em SP
A gastroenterologista traçou uma trajetória de sucesso e é referência mundial na especialidade em que atua, a coloproctologia, que estuda as doenças do intestino grosso, do reto e ânus (leia mais abaixo). Ela também disse à reportagem que pretende voltar logo ao trabalho, assim que se sentir totalmente recuperada.
“Se tudo correr bem, eu poderei voltar a minha vida de trabalho. O meu trabalho é o meu grande ‘hobby’. Levantar e trabalhar me dá muita alegria. A vida para mim sempre foi prazerosa. Nunca, felizmente, ninguém me viu lamentar da vida”, completou.
Quando Angelita Gama esteve internada, o ex-ministro da saúde Henrique Madetta se equivocou e chegou a anunciar e lamentar a morte da especialista em coletiva de imprensa. Ele se desculpou em seguida em suas redes sociais.
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Médica Angelita Gama deixou o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, nesta quarta-feira (13), após 50 dias sedada na UTI em tratamento contra o coronavírus
Reprodução/TV Globo
Referência mundial
Em 1952, aos 19 anos, Angelita Gama entrou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde alcançou topo da carreira na docência, como professora titular de cirurgia, por uma carreira marcada pela formação altamente especializada e pela excelência no ensino, na pesquisa e na extensão.
Pioneira, ela foi a primeira mulher residente de cirurgia do Hospital das Clínicas (HC), onde anos mais tarde criou a disciplina de Coloproctologia. Foi também a primeira a chefiar os departamentos de Cirurgia e Gastroenterologia da FMUSP.
A médica publicou centenas de trabalhos científicos, ganhou mais de 50 prêmios nacionais e internacionais, foi nomeada coordenadora no Brasil do Programa de Prevenção do Câncer Colorretal pela Organização Mundial de Gastroenterologia (OMGE), fundou a Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci), preside inúmeras sociedades científicas, é membro honorária no centenário American College of Surgeons, foi a primeira mulher a integrar o seleto grupo de 17 membros honorários da European Surgical Association e foi reconhecida pela revista Forbes como uma das mulheres mais influentes do Brasil.
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By Negócio em Alta

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