Setor de bares e restaurantes tem queda de 85% e pode colapsar em dois meses na RMC, diz Abrasel


Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Região Metropolitana de Campinas diz que até 40% dos estabelecimentos podem fechar durante a quarentena. Se por um lado o isolamento social é fundamental para conter a disseminação da Covid-19, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), por outro tem causado prejuízos diretos à economia. Um dos setores mais afetados tem sido o de bares e restaurantes e, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Região Metropolitana de Campinas (Abrasel), a queda já chega a 85% nos estabelecimentos da região e pode causar o colapso do setor em dois meses, caso a situação não mude.
De acordo com dados da Abrasel, o prejuízo diário com o fechamento dos bares e restaurantes é de cerca de R$ 7 milhões, o que, desde o início da quarentena, já gerou um prejuízo de mais de R$ 366,4 milhões na região até o dia 5 de maio.
Essa queda na arrecadação impacta diretamente os proprietários, mas atinge também os funcionários.
“A MP (medida provisória) da redução dos salários conseguiu segurar parte dos empregos, mas não tudo. Infelizmente, se a situação continuar do jeito que está, em até dois meses a gente estima que o setor vai entrar em colapso. De um a dois meses, a nossa previsão é perder 30 mil empregos no setor na RMC e fechar 40% dos estabelecimentos”, diz Matheus Mason, presidente da Abrasel.
Setor de bares e restaurantes tem queda de 85%
Fernando Pacífico / G1
Segundo a associação, até agora 20% dos 12 mil estabelecimentos da região foram fechados, ou seja, 2,4 mil. Além disso, 15 mil empregos foram perdidos até o dia 27 de abril.
“As linhas de crédito do governo estão chegando, mas estão chegando para os grandes. O nosso setor fatura, em média, R$ 50 mil por mês, isso é muito pouco. Essa ajuda tem que chegar na ponta, se não chegar, vai ser difícil segurar empregos e portas abertas mesmo”, afirma Mason.
Campinas
A maior cidade da região é também a responsável pela metade dos estabelecimentos. Segundo os dados da Abrasel, antes do início da quarentena eram 6 mil bares e restaurantes, mas 1,2 mil fecharam as portas no período. Além disso, dos 30 mil funcionários do setor, 7,5 mil foram demitidos.
Agora a associação espera que a Prefeitura de Campinas aprove um plano de retomada gradual das atividades.
“É um plano para quando o setor poder reabrir e todas as instituições que envolvem o setor de alimentação fora do lar (bar, restaurantes, lanchonetes, conveniências), possam se respeitar dentro do espaço. São medidas para os funcionários, clientes e proprietários”, explica Mason.
Abrasel criou plano para reabertura de bares e restaurantes
Reprodução Protocolo Abrasel
O prefeito Jonas Donizette (PSB) já afirmou que quer a flexibilização do isolamento social no município, mas o Governo de São Paulo acabou optando por estender a quarentena na região já que houve um aumento no número de casos.
Ao comentar a situação, Donizette concordou com a decisão também porque houve um aumento no número de internações nas UTIs e com isso há menos leitos disponíveis. Assim, o plano de abertura acabou adiado para o início de junho.
Coronavírus em Campinas e região
O município registrou 48 novos casos de Covid-19 nesta sexta-feira (8) e chegou 497 casos, com 26 mortes causadas pela doença. Além dos óbitos confirmados, outros 20 estão em investigação. Já o total de casos investigados é de 353.
Do total de casos notificados, a cidade já registrou 392 pacientes curados. Campinas também tem 1.514 casos suspeitos descartados.
Em toda a região, já são mais de 1,1 mil casos confirmados em 30 diferentes cidades. Além disso, foram 66 mortes causadas pela Covid-19 em 14 cidades.
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Arte/G1
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By Negócio em Alta

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