São Paulo tem 22 sem-teto mortos pela Covid-19 e prefeitura antecipa plano para atender moradores durante frio


Segundo a prefeitura, a cidade tem nesse momento 40 pessoas sem-teto com quadro suspeito da doença e outros quatro tiveram a confirmação do coronavírus e estão em uma casa separada, em isolamento. Prefeitura prepara abrigo para pessoas em situação de rua com Covid-19
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo confirmou nesta quarta-feira (6) que a capital paulista tem ao menos 22 sem-teto que morreram vítimas do coronavírus na cidade.
Segundo a secretaria, entre os mortos estão oito idosos com comorbidades, que tinham duas ou mais doenças ao mesmo tempo.
A prefeitura informou que até agora nenhum sem-teto morreu no albergue ou no centro de acolhimento criados pela administração municipal para acolher a população de rua com sintomas ou quatro confirmado da doença.
Dois locais na cidade foram separados para receber esses sem-teto com Covid-19. Segundo a secretaria, 40 pessoas estão nesse momento em um desses locais com quadro suspeito da doença e outros quatro tiveram a confirmação do coronavírus e estão em uma casa separada, em isolamento.
O Movimento Estadual dos Moradores em Situação de Rua diz que está preocupado com a contaminação dos sem-teto, que pode ocorrer dentro dos centros temporários de acolhimento da prefeitura, especialmente com a aproximação do frio.
“Eles chegam com a roupa da rua. Tomam um banho, não tem outra roupa e tem que botar a mesma. Qual a higienização que é feita, qual é a prevenção pra isso? Não tem prevenção. Se ele estiver contagiado e a roupa tiver contagiada, vai contaminar os demais”, afirma o presidente do movimento, Robson César correia de Mendonça.
Sem-teto mortos em São Paulo por causa do coronavírus.
Reprodução/TV Globo
Plano para baixas temperaturas
Por causa da chegada do frio e a ameaça do coronavírus, a Prefeitura de São Paulo determinou nesta quarta-feira que as secretarias municipais de Educação, Esportes e Cultura cedam espaços para a criação de novos centros de acolhimento de emergência para sem-teto na capital, adiantando o Plano de Contingência para Baixas Temperaturas da cidade.
O plano entra em prática sempre que as temperaturas na cidade chegarem aos 13 graus. Entre as medidas deste ano estão a intensificação das abordagens aos sem-teto e a ampliação, se necessário, do número de vagas em centros de acolhida.
Segundo a prefeitura, existem hoje 17 mil vagas nos equipamentos de acolhida da capital. Mas a chegada do inverno e a pandemia de coronavírus em São Paulo devem elevar a necessidade de criação de novas vagas.
“Este ano a gente já começa desde o inicio de maio com um número muito próximo das 520 vagas que foram criadas ao longo do ano passado, durante o período de baixas temperaturas. A gente tende a ter esse ano um número maior de vagas adicionais criadas”, afirma o secretário adjunto de Assistência e Desenvolvimento e Social, Douglas Carneiro.
De acordo com a prefeitura, São Paulo tem pelo menos 24 mil pessoas vivendo pelas ruas da capital. A chegada do coronavírus na cidade já mudou a forma de atuação desses equipamentos, segundo o secretário-adjunto.
“Em função da Covid-19 já houve uma ampliação do atendimento desses serviços que existiam [na cidade]. Aqueles que funcionavam apenas para pernoite passaram a ser 24 horas. Isso significa dizer que aquelas pessoas que durante o dia precisavam sair do serviço, agora não precisam mais. Elas podem ter o atendimento integral. Isso foi a ampliação pra todo serviço da rede”, informa Douglas Carneiro.
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By Negócio em Alta

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