‘Ainda temos anjos na terra, que estão aqui para ajudar’, disse família que rifou veículo para pagar exames dos filhos com deficiência física e mental; carro era usado para levar crianças à Apae. Professor contou para a família que tinha feito uma promessa de devolver o carro se fosse sorteado, em Marmeleiro
Airton Rama/Arquivo pessoal
O professor de educação física Airton Neri Rama surpreendeu moradores de Marmeleiro, no sudoeste do Paraná, com uma atitude de solidariedade. Ele ganhou um carro com uma rifa, mas devolveu o veículo para ajudar a família quando recebeu o prêmio.
O carro tinha sido rifado pelo casal Claci da Rosa Gomes e Antônio Lessir. A ação foi feita para arrecadar dinheiro para fazer exames médicos dos filhos Renan Gabriel, de 6 anos, e Natan Renan, de 15 anos, que têm deficiência física e mental.
“Eu não tenho palavras para agradecer, foi muito emocionante e a gente não esperava. O carro era dele, mas como uma pessoa humilde e humana ele nos devolveu. Ainda temos anjos na terra, que estão aqui para nos ajudar”, revelou a mãe.
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Rama contou para a família, quando foi entregar as chaves, que tinha feito uma promessa de devolver o veículo se fosse sorteado.
“Acho que fiz um ato simples e vejo que esse ato está comovendo muitas pessoas que estão ajudando essa família que tanto necessita”, disse o professor.
Segundo a mãe, as vendas das rifas tinham sido prejudicadas em meio à pandemia do novo coronavírus. Mesmo assim, ela disse que não reclamou, pois foi nesse momento que encontrou esperança.
“Foi em meio a uma pandemia, de muitas batalhas e dificuldades, que tivemos essa lição. Temos que ter amor pelo próximo, pois nenhum dinheiro compra felicidade e amor. Sempre que a gente puder ajudar o outro, a gente deve ajudar de bom coração.”
A rifa
Os exames de genética, conforme a mãe, são para tentar diagnosticar o que os filhos têm e dar início ao tratamento adequado para os dois.
Eles aguardam pelos exames desde 2016 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Com o dinheiro da rifa, a família poderia fazer o procedimento o quanto antes, em uma clínica particular.
De acordo com Claci, os exames custam em média R$ 12 mil para os dois filhos. Com a rifa do Voyage, de 1994, foi possível arrecadar R$ 8 mil.
“Era o nosso meio de transporte, para o meu marido trabalhar e levar as crianças para a Apae, mas era mais importante fazer o exame, porque a prioridade são as crianças, então decidimos rifar”, contou a mãe sobre a ideia do sorteio.
A família contou que tentou vender o carro, mas não conseguiu nenhuma oferta com pagamento à vista.
As vendas das rifas começaram em janeiro, nas redes sociais da família e pela cidade, e o sorteio foi feito no dia 30 de abril.
“A gente vê muitas famílias e muitas crianças necessitadas, então quando Deus dá essa oportunidade, da gente fazer alguma coisa a mais, a gente faz”, disse o professor.
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