Prefeitos da Grande SP insistem em pedido para reclassificação da região no plano de flexibilização da quarentena


Região Metropolitana está na fase 1 (vermelha) do Plano SP, em que apenas setores essenciais podem funcionar. Primeiro balanço divulgado pelo governo nesta quarta (3) aponta melhora no índice de ocupação de leitos da região, mas não o suficiente para reabertura gradual. Plano de flexibilização de reabertura da quarentena no estado permanece estável
Os prefeitos da Grande São Paulo vêm pedindo ao governo do estado para que a região deixe de integrar a fase 1 (vermelha) do Plano SP de flexibilização e passe para a fase 2 (laranja), onde é permitida reabertura gradual de algumas atividades não essenciais. No entanto, o primeiro balanço divulgado pelo governo nesta quarta (3) aponta melhora no índice de ocupação de leitos na região, mas não o suficiente para flexibilização da quarentena.
Na tarde desta quarta-feira (3), o consórcio de prefeitos do ABC se reuniu e concluiu que a região tem todas as condições de reabrir as atividades comerciais, a exemplo da capital paulista.
“Para cada 100 mil habitantes o ABC está disponibilizando 30 leitos de UTI, a norma colocada pelo governo do estado era de 10, temos 3 vezes mais o número de leitos conforme a regra estabelecida. Nessa última semana, nós estamos com nossos leitos de UTI com 57% ocupados, e o limite era de 60”, afirmou o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do consórcio, Gabriel Maranhão.
A região metropolitana de São Paulo tem 39 cidades e grande parte se liga à capital por ruas e avenidas. Essa questão desafia a determinação do governo do estado, já que a cidade de São Paulo integra a fase 2 (laranja) e pode participar da reabertura gradual de alguns setores da economia. Os prefeitos argumentam que o comércio em uma mesma região ficaria numa situação incomum: a de que um lado poderia funcionar e o outro não.
Segundo o governo paulista, os critérios adotados para estabelecer a classificação de cada região são: média da taxa de ocupação de leitos de tratamento intensivo para COVID-19; número de leitos UTI COVID-19 por 100 mil habitantes; e taxas de acréscimo ou decréscimo de casos confirmados, internações e mortes pela doença na comparação com a semana anterior.
O conjunto de indicadores determinam quatro possíveis fases de flexibilização, são elas:
Fase 1, vermelha: alerta máximo
Fase 2, laranja: controle
Fase 3, amarela: flexibilização
Fase 4, verde: abertura parcial
Fase 5, azul: normal controlado
O consórcio que representa as cidades da Bacia do Juquery pediu mais integração entre a capital e o restante da região, principalmente por causa do deslocamento de pessoas entre as cidades.
“Nós não discordamos dos critérios que a equipe de saúde do estado estabeleceu pra isso, só há discordância com relação a essa dissociação por uma razão muito simples, como são cidades dormitórios em Franco da Rocha serão solicitados milhares de trabalhadores todos os dias para poder retomar a atividade comercial na capital”, disse o prefeito de Franco da Rocha, Francisco Daniel Celeguim Morais.
O consórcio de prefeitos que representa a região Oeste se diz confiante na reclassificação de toda a região metropolitana ainda na semana que vem.
“Fora a ajuda do estado, os municípios também estão trabalhando muito para aumentar, para organizar, o sistema de saúde de forma que possa dar a segurança necessária para mudarmos de fase”, afirma o prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Cesar.
O Consórcio dos municípios da região do Alto Tietê, que inclui Guarulhos, Mogi das Cruzes e outras dez cidades, disse que espera que a classificação seja revista até o dia 15 deste mês, uma vez que a região abriu mais 61 leitos de UTI nos últimos dias.
O consórcio dos prefeitos da região sudoeste, formado por Taboão da Serra e outras sete cidades, disse que já pediu a flexibilização da quarentena e que aguarda um posicionamento do governo do estado.
Balanço governo de São Paulo
Em um balanço divulgado pelo governo de São Paulo na tarde desta quarta-feira (3) 161 leitos foram abertos na região metropolitana nos últimos 7 dias: 28 na região Norte, 61 na região Leste, 20 na oeste, 47 no ABC e 5 nos municípios da região Sudeste.
Ainda, segundo a gestão estadual, a taxa de ocupação de leitos de UTI na região caiu de 93% para 85,5% na média de vagas oferecidas em 106 hospitais. Entretanto, o governo de São Paulo avalia que a melhora ainda não é o suficiente para a mudança para a fase 2 (laranja), pois ainda está acima de 85%.
“Eu vou rapidamente citar aqui também governador sobre a melhora na taxa de ocupação da região metropolitana de São Paulo. Nós tínhamos na semana passada 93% na taxa de ocupação e nessa semana chegamos em 85,5, são 106 hospitais nessa rede de abastecimento aqui da região metropolitana que diminuem em 7,5 % a ocupação de leitos da semana passada para essa semana agora. A gente percebe o avanço mas ainda não chegou na fase laranja, se a gente continuar avançando no aumento do número de leitos, a gente pode alcançar a melhora de fase como consequência disso”, disse o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.
O secretário de Desenvolvimento do governo de SP, Marco Vinholi, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes.
Divulgação/GSP
O secretário disse ainda que o estado deverá ajudar os municípios da região a abrir novos leitos.
“De forma muito clara todos querem avançar de fase, todos querem fazer a flexibilização, pelo trabalho, pelo merecimento que eles têm, mas nós aqui do governo do estado temos que trabalhar com a ciência e pontuando quando isso pode ser feito. O que diferencia essas regiões da capital, é a capacidade hospitalar. Ontem para a região norte encaminhamos 20 novos respiradores, vamos continuar fortalecendo”, declarou.
“Vai ser assim uma constante nos próximos dias para que a gente possa chegar no momento adequado, que a gente espera que seja o mais rápido possível, com uma capacidade hospitalar com a faixa que a gente considera segura para fazer essa flexibilização”, completou Vinholi.
A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, disse na tarde desta quarta (3) que as regiões poderão regredir ou progredir de fase.
“A gente precisa saber que algumas vezes a gente vai dar passos pra trás, outras a gente vai precisar dar uns passos pra frente e aí vai pra frente, pra trás, mas a gente precisa realmente ter essa consciência e estarmos prontos para endurecer quando for necessário e juntos sabemos a nossa responsabilidade no sucesso da retomada”, avaliou Patrícia.
Para o governador João Doria, enquanto o comitê de saúde não liberar a retomada gradual da economia, os prefeitos terão que seguir as regras.
“Em relação aos municípios que não cumprirem as regras do Plano São Paulo, eles deverão responder ao Ministério Público. É simples. Nós temos regras, elas foram estabelecidas e construídas em conjunto com prefeitos, com a área de saúde, com área econômica, com estudo e com princípios. Os que desejarem romper com os princípios responderão na Justiça. Será tarefa do Ministério Público do estado de São Paulo e até da Justiça. A regra tem que ser obedecida e por isso ela foi construída”, disse Doria.
Grande São Paulo está na ‘faixa vermelha’ do Plano de Flexibilização
Initial plugin text

By Negócio em Alta

Veja também