População negra no DF tem rendimento 42% menor que branca


Dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Entre autodeclarados pretos e brancos, diferença é ainda maior e chega a 46%. Notas de real
Natalia Filippin/G1
A população negra – pretos e pardos – ainda tem rendimentos bem menores que trabalhadores brancos no Distrito Federal. A conclusão é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, enquanto brancos têm rendimento médio de R$5.249, pessoas negras ganham, em média, pouco mais da metade disso: R$ 3.091,50. A diferença é de 42%.
O quadro é ainda mais grave quando se divide a população negra entre pretos e pardos. Os autodeclarados pretos ganham, em média, 2.859, ou seja 46% ao menos que os brancos. Já os pardos têm rendimento de R$ 3.324, 16% a mais que os pretos e 37% a menos que brancos.
Os dados são referentes ao ano passado. O IBGE afirma que, para chegar ao o rendimento médio da população, avalia todos os valores recebidos por mês, como aposentadoria, salário, aluguel (caso seja locador), pensão alimentícia, doação, entre outros.
Perfil da população
A pesquisa também traz dados relativos ao perfil da população. De acordo com o levantamento, negros representam a maior parte dos moradores da capital, com 58,9% – sendo 48,3% pardos e 10,6% pretos. Os autodeclarados brancos são 40%.
Segundo a Pnad, entre 2012 e 2019, a população do DF cresceu de 2,7 milhões de habitantes para 3 milhões. A maioria dos moradores é mulher (56,4%).
No critério nível de instrução, os brasilienses têm a melhor colocação do país em comparação às outras unidades da federação. Segundo a pesquisa, cerca de 37% da população ocupada – acima de 14 anos –, tem ensino superior completo. A média nacional é de apenas 21%.
Moradia
Região de Águas Claras, no Distrito Federal
Dênio Simões/Agência Brasília
O levantamento aponta ainda que a maioria dos moradores da capital (57,6%) vive em imóveis próprios e quitados, já os que ainda estão pagando são 4,9%. Aqueles que moram em residência alugadas são 27,5% e o restante vive em casas cedidas ou invasões.
Segundo a pesquisa, a média de moradores por imóvel é de três pessoas. As casas representam 70,5% do total e apartamentos, 29,5%.
Programas sociais
A Pnad também avaliou as condições de vida de pessoas que recebem benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
De acordo com o estudo, 32% dos beneficiários desses programas no DF têm microcomputadores. O resultado é o melhor do país. No entanto, o índice é bem menor que nas famílias que não recebem os benefícios (66%).
As famílias de baixa renda também possuem menor acesso a máquina de lavar (56%) e esgotamento sanitário (63%) em comparação aos brasilienses que não são beneficiários. Em média, cerca de 86% da população que não recebe o benéfico tem máquina de lavar e 89% tem esgotamento sanitário.
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By Negócio em Alta

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