Pedidos de seguro-desemprego em Ribeirão Preto sobem 18% em abril, diz Ministério da Economia


Ao todo, 3.279 pessoas solicitaram benefício do governo federal. Desempregados passaram de 5.573 em abril de 2019 para 5.757 no mesmo período deste ano. Mais 3,2 mil pessoas já pediram seguro desemprego em Ribeirão Preto
No fim de abril, a rotina de Cíntia Ferreira mudou em Ribeirão Preto (SP). Ela trabalhava em uma empresa de peças odontológicas e passava quase o dia todo fora de casa, mas, em plena pandemia do novo coronavírus, foi demitida. Agora, Cíntia usa o tempo para cuidar das duas filhas.
“Com o fechamento das clínicas, não há manutenção nos equipamentos. As vendas caíram e, com essa queda, a gente foi forçado a tomar algumas medidas. As escolas estão fechadas e eu tenho duas crianças pequenas, eu optei por ficar em casa e olhar as crianças nesse período”, diz.
Cíntia é uma das 3.279 pessoas que pediram o seguro-desemprego em Ribeirão Preto no mês de abril. Em relação ao mesmo período de 2019, o número cresceu 18%, segundo dados do Ministério da Economia.
“Com toda essa crise que a gente está vivendo, sem o seguro-desemprego ou sem um auxílio, é impossível você ficar em casa e sem ajuda para custear essas despesas”, afirma.
Carteira de trabalho
Divulgação/ Reprodução
Desemprego
A comparação da soma de março e abril de 2019 aos dois meses da pandemia, os desempregados em Ribeirão Preto passaram de 5.573 para 5.757.
No mesmo período em Franca, o número subiu de 3.464 para 4.563. Em Sertãozinho, de 949 para 1.088.
Segundo o economista da USP Edgard Monforte Melo, com a paralisação das atividades econômicas, as empresas precisaram fazer ajustes e um deles está ligado ao emprego.
“O setor de serviços sofreu muito e ele é um grande empregador. Nesse primeiro momento, muitas empresas tiveram que fazer seus ajustes. Por conta disso, a gente deve ver um aumento do desemprego comparado ao ano anterior de 20% a 30%.”
Melo calcula uma situação difícil para os próximos meses até a retomada, mas ela pode começar a dar sinais só no fim do ano. Para isso, na opinião do economista, é preciso socorrer os pequenos e médios empreendedores.
“Para esse pequeno e médio empresário, é muito importante dar linha de financiamento a custo barato e capital de giro. Os bancos públicos têm que dar suporte a esse setor, porque se você dá o suporte, quando vier a retomada, uma hora isso vai passar, você não vai ter empresas quebradas. Você vai ter empresas recontratando. O desemprego que aumentou vai tender a baixar.”
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By Negócio em Alta

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