Onze idosos morrem com novo coronavírus em asilos públicos da cidade de SP

Segundo Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, 51 funcionários com suspeita da doença estão afastados; governo do estado vai dar auxílio de R$ 150 por idoso. Onze dos 17 idosos diagnosticados com coronavírus nos 14 asilos administrados pela Prefeitura de São Paulo morreram por conta da doença, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Ainda de acordo com a pasta, 51 funcionários com suspeita foram afastados.
Os números são de um balanço realizado até o dia 4 de maio, o mais atualizado disponível. O governo de São Paulo anunciou que dará um auxílio de R$ 150 por idoso residente nessas instituições administradas pelas prefeituras.
As ILPIs são residências oferecidas para pessoas com 60 anos ou mais com diferentes graus de dependência, ou seja, que não podem morar sozinhas ou permanecer com a família. Segundo a Secretaria Municipal da Assistência Social (SMADS), 480 pessoas vivem nesses 14 asilos.
A secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella, explica que, assim como os servidores da saúde, os funcionários da assistência social também continuam trabalhando presencialmente.
“Temos fornecidos equipamentos de proteção individual (EPIs) e fazendo todas as orientações necessárias para ter o menor número possível de infectados, como lavar as mãos e usar máscara. Mas essas pessoas saem de casa todos os dias e, por mais que a gente proteja, infelizmente elas também podem ser contagiadas”, diz.
A rotina dos abrigos também foi alterada. Desde o dia 14 de março, todas as unidades de acolhimento a pessoas acima dos 60 anos evitam as visitas regulares e suspenderam as atividades coletivas.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, outras ações para prevenção do novo coronavírus são a higienização constante nas unidades e a manutenção da ventilação, por meio da abertura das janelas.
O remanejo das camas para que haja 1,5 metro de distância entre os conviventes também é essencial durante a pandemia, já que os quartos são compartilhados. “Em caso de um residente suspeito ou confirmado com o novo coronavírus, se não há necessidade de internação, a gente deixa a pessoa dentro da ILPI. Mas ela fica isolada em um quarto, nós tiramos todas as outras pessoas daquele quarto”, explica a secretária.
Em abril, o Ministério Público abriu uma investigação para saber se asilos públicos e privados de São Paulo estão isolando infectados por coronavírus e disponibilizando equipamentos de proteção individual em suas unidades, após idosos morrerem em razão da doença na capital.
Outra ação, promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado com o Ministério Público de São Paulo, é a campanha “Um gesto de carinho para ninguém ficar sozinho”, que abrange os 576 abrigos do estado. O objetivo é estimular pessoas a enviarem uma carta para um dos 18.657 idosos residentes ou doar itens como máscaras e álcool em gel.
Estado fornece ajuda de R$ 150 aos municípios
Nesta terça (12), foi publicada no Diário Oficial uma resolução da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo que estabelece que, por causa do coronavírus, o estado deve prestar apoio financeiro às prefeituras para os centros de acolhimento de idosos.
O Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS) deve repassar aos respectivos Fundos Municipais de Assistência Social (FMAS) R$ 150 por idoso residente. O valor é destinado ao custeio das despesas com a pandemia, como aquisição de máscaras e outros equipamentos de proteção, materiais de limpeza, compra de testes de covid-19 e de vacinas da gripe para os idosos residentes.
“Em uma época de pandemia, nossos gastos também mudaram. O município de SP banca quase 90% dos custos de assistência social da cidade. Toda ajuda nesse sentido é bem-vinda”, diz a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Berenice Giannella.
A resolução da Secretaria de Desenvolvimento Social saiu semanas após o Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo fazer uma série de recomendações ao governo do Estado no dia 20 de abril. Um dos argumentos usados pelo órgão, no documento, foi que “não pode o estado se eximir de sua obrigação de prestar apoio (em conjunto com as demais esferas da federação) às ILPIs”.
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By Negócio em Alta

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