MPRJ ouve pai de João Pedro; Polícia autoriza devolução do celular do adolescente após 15 dias


Quarta-feira reserva últimos depoimentos de familiares e amigos do adolescente morto em São Gonçalo. Celular estava apreendido desde o dia da operação. O Ministério Público ouve nesta quarta-feira (3) o pai e a tia do adolescente João Pedro Mattos, de 14 anos, morto em operação das polícias Federal e Civil no morro do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Os depoimentos serão feitos por chamada de vídeo com promotores do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), que investiga o caso.
O celular que estava com João Pedro no dia 18 de maio, quando ele foi baleado e morreu, foi comprado pelo seu pai e estava apreendido pela Polícia Civil desde o dia da operação.
No dia 25, a Defensoria Pública, que representa a família do adolescente, pediu o aparelho através de um ofício. A resposta da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo só veio na terça-feira (2), depois de 15 dias, autorizando a devolução do celular.
O laudo cadavérico indica que João Pedro foi atingido pelas costas com um único disparo, com um projétil que ficou alojado em seu corpo.
A Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo aguarda laudos de confronto balístico para determinar se o projétil de fuzil calibre 556 partiu de uma das três armas de policiais apreendidas na semana do crime. Uma reprodução simulada será realizada, mas ainda não tem data marcada.
João Pedro Mattos Pinto, morto em operação em São Gonçalo
Reprodução/TV Globo
Mudança em depoimento
Policiais que participaram da operação prestaram depoimento dias depois do crime. Um deles, posteriormente, mudou informações dadas no primeiro depoimento.
Um dos policiais envolvidos na operação disse, num primeiro depoimento, que usou um fuzil 762 na ocasião. Já no segundo depoimento, ele disse que também usou um fuzil 556.
Laudo indica que tiro que matou João Pedro o atingiu pelas costas
João Pedro mandou mensagem para mãe momentos antes de ser baleado
Morte do adolescente João Pedro durante ação policial causa comoção na web
Ao todo, a Polícia Civil apreendeu os quatro fuzis que foram usados na operação: dois 556 e dois 762.
João Pedro morreu no dia 18, baleado durante uma operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro. Ele estava na casa do tio dele. A perícia apontou que o tiro que matou o menino entrou pelas costas.
Testemunhas ouvidas pela polícia contaram que suspeitos em fuga invadiram a casa do tio dele e que a perícia encontrou marcas de tiros que podem ter sido disparados de dentro para fora.
Protesto contra operações violentas em favelas é feita em frente à sede do governo do RJ

By Negócio em Alta

Veja também