Moradores de Rio Verde chamam a polícia por desconfiarem de entrevistadores que faziam pesquisa nacional sobre Covid-19


Uma mulher relata que ligou na secretaria de Saúde, foi informada que não havia estudo e, por isto, pensou que era golpe. Profissionais foram levados para a delegacia, mas liberados após comprovarem que fazem parte de estudo apoiado pelo Ministério da Saúde. Pesquisa relacionada à Covid-19 quase vira caso de polícia em Goiás
Moradores de Rio Verde, na região sudoeste do estado, chamaram a Polícia Militar, na quinta-feira (15), após suspeitar de pessoas que estavam se identificando como pesquisadores do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) para uma pesquisa nacional sobre o coronavírus. Os entrevistadores foram encaminhados a uma delegacia, mas liberados após ficar comprovado que eles realmente eram entrevistadores.
“Eu liguei no postinho de saúde, onde foi me passado o telefone da Secretaria de Saúde. Então, eu conversei com a moça, que me falou que não estava fazendo teste nenhum, que não era para fazer. Então, ela falou que seria caso de polícia”, contou uma moradora, que não quis ser identificada.
A pesquisa, que é apoiada pelo Ministério da Saúde, também começou a ser feita em Itumbiara, onde a população também estranhou a abordagem. Ao todo, nove cidades goianas devem participar do levantamento nacional.
As secretarias de Saúde de Itumbiara e Rio Verde alegam que não foram informadas da presença dos pesquisadores do Ibope.
Por sua vez, a Secretaria Estadual de Saúde afirma que foi informada pelo Ministério da Saúde sobre os testes e que comunicou as regionais para que informassem os municípios.
Já o Ibope defende que “houve uma falha de comunicação com as vigilâncias sanitárias. Os ofícios dessa pesquisa não chegaram em tempo para algumas secretarias municipais de saúde. Entretanto, um dia antes do início dessa pesquisa, foi enviado um e-mail informando sobre a realização dessa estudo para os prefeitos das 133 cidades nas quais estão sendo coletados os dados”.
Pesquisa
O Ministério da Saúde explicou que o estudo “Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional” é coordenada pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), do Rio Grande do Sul, sendo a execução do trabalho de campo a cargo do Ibope.
A ideia da pesquisa é medir a imunização da população e identificar como o vírus está se disseminando. As duplas de pesquisadores, que vão vestidas conforme recomendado pelo Ministério da Saúde, visitam as residências e aplicam um questionário sobre as doenças pré-existentes aos moradores, além de realizar a testagem para a Covid-19.
“O intuito dessa pesquisa é dar suporte técnico ao Ministério da Saúde para ação de combate contra a Covid-19. É muito importante nesse momento a população abrir as portas para esses entrevistadores”, diz o coordenador de vigilância epidemiológica de Itumbiara, Tiago Abreu.
A auxiliar de produção Maria da Graça Carvalho contou a experiência de ter participado da pesquisa. “Foi negativo o resultado do exame]. As perguntas são muito fáceis de responder. Elas perguntam quantas pessoas têm na casa da gente, se a gente tem alguma doença crônica”, detalhou.
A aplicação dos testes rápidos possibilita visualizar o percentual de pessoas que já entraram em contado com o novo vírus.
O estudo deve ser feito em outras duas etapas. Uma análise será realizada pelo Ministério da Saúde para comparar os resultados e saber com que velocidade o vírus está se espalhando pelo país.
Moradora de Rio Verde fica com medo de golpe e chama polícia para abordar entrevistadores do Ibope
Reprodução/TV Anhanguera
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By Negócio em Alta

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