Hospitais particulares terão que informar GDF sobre situação de leitos de UTI em tempo real

Decreto publicado nesta segunda-feira (4) determina fornecimento de dados sobre unidades vagas e ocupadas, por pessoas com ou sem Covid-19. Em caso de descumprimento, responsáveis podem responder criminalmente. Enfermeira em atividade no Hospital de Base, no Distrito Federal
Renato Araújo/Agência Brasília
O governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou que os hospitais particulares do Distrito Federal informem à Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), em tempo real, a situação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis, em meio à pandemia do novo coronavírus.
A determinação está prevista em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial do DF, nesta segunda-feira (4). Os dados devem ser repassados pelos hospitais por meio de um sistema eletrônico que será fornecido pelo GDF.
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A situação dos leitos deve ser informada imediatamente após qualquer alteração, de acordo com as seguintes opções:
leito livre;
leito ocupado COVID-19;
leito ocupado não COVID-19;
leito bloqueado;
leito em manutenção.
Ainda segundo o decreto, em caso de descumprimento, pode haver sanções como advertência e pagamento de multa e os responsáveis podem até responder pelo crime de infração de medida sanitária preventiva.
Na prática
O monitoramento dos leitos deve ser feito pelo Complexo Regulador em Saúde, da SES-DF. Segundo o diretor responsável pela área, Petrus Sanches, antes da nova norma, os hospitais particulares já enviavam informações sobre os leitos de UTI, mas apenas em um relatório diário.
Petrus afirma que o objetivo da mudança é melhorar a preparação no combate à Covid-19, fazendo com que os dados cheguem mais rápido.
“Vamos poder visualizar como a iniciativa privada está se comportando e, dentro do cenário do DF, qual o número de leitos de UTI. Também vamos poder saber quantos casos reais de coronavírus temos.”
Hran lotado
Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília
TV Globo/Reprodução
Em todo o DF, segundo a Secretaria de Saúde, há 172 leitos reservados para pacientes com a doença. Destes, 49 estavam ocupados até domingo.
No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), unidade de referência para tratamento de Covid-19 na capital, os dez leitos de UTI disponíveis estavam ocupados até a mesma data.
Segundo o médico Vitor Salvatore Barzilai, coordenador das UTIs no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), a situação do Hran “pode ser um sinal amarelo”, considerando que a curva de transmissão do coronavírus na capital ainda é crescente.
“Nós não chegamos ao topo da infecção em Brasília ainda, não tenha dúvida. Não chegamos ao pico da utilização dos leitos disponibilizados exclusivamente para a Covid-19”, disse.
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