Medida também vale para outro GCM acusado de prevaricação e de ameaçar testemunha. A Justiça de Piracicaba (SP) decidiu enviar a júri popular o guarda acusado de matar um adolescente de 16 anos na cidade, em maio de 2019. Também passará pelo júri outro GCM acusado de prevaricação e ameaça a testemunha.
O adolescente morreu na madrugada do dia 3 de maio por um disparo de arma de fogo, que o atingiu nas costas. O guarda foi preso 11 dias após a morte, teve prisão preventiva decretada e ela foi mantida na nova decisão, publicada em Diário Oficial nesta quarta-feira (6).
Marcos Roberto Munhoz dos Santos vai responder por homicídio duplamente qualificado e fraude processual.
Já Thomas Henrique Yamaguchi da Silva vai responder por prevaricação e coação. O julgamento ainda não foi agendado e a defesa ainda pode recorrer.
Advogado de Santos, Willey Sucasas comunicou que respeita a decisão proferida, porém, por discordar de seu teor, apresentará recurso ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).
Já a defesa de Silva ressaltou que ele é acusado por supostos crimes de prevaricação e coação e não por participação no suposto homicídio do adolescente. “O Guarda Civil T. Yamaguchi nega veementemente ter interferido na investigação sobre a morte do menor, imputada a outro agente, e irá apresentar, no prazo, legal, os recursos cabíveis”, apontou o advogado Marcelo Borrasca.
Guarda municipal é preso por suspeita de matar adolescente em Piracicaba
O crime
O adolescente morreu na madrugada do dia 3 de maio por um disparo de arma de fogo, que o atingiu nas costas. Segundo o boletim de ocorrência, guardas municipais faziam patrulhamento pelo bairro Jardim Ibirapuera e ouviram tiros. Eles começaram a procurar de onde teria vindo o barulho e, na Rua Infante Dom Henrique, viram três pessoas carregando o menor de idade.
O grupo pediu ajuda da viatura, deixando o menor e disseram que iriam avisar a mãe da vítima, segundo o documento. O adolescente chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu no local.
De acordo com a polícia, os guardas não identificaram onde teria sido o crime nem o autor do tiro. Os rapazes que estavam com a vítima não chegaram a ser ouvidos naquele momento. A Polícia Civil registrou o boletim de ocorrência como homicídio consumado.
Caso é investigado pela DIG de Piracicaba
Fernando Jacomini/Arquivo G1
O caso foi investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba. Segundo a Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o guarda foi detido n o dia 14 de maio, quando saía de casa, no bairro Cecap. Ele foi levado para a Unidade de Polícia Judiciária (UPJ) de Piracicaba.
À época, a delegada da DIG, Juliana Ricci, informou para a reportagem da EPTV que três testemunhas do crime identificaram o guarda como o autor.
“Nós iniciamos a investigação logo após o crime e foram identificadas três testemunhas presenciais, que viram o crime, e elas foram ouvidas. Desde o início já apontavam para um agente de segurança que teria sido, provavelmente, um policial, mas nós ainda não tínhamos a identidade, se seria um guarda municipal, um policial militar ou policial civil”, explicou a delegada, na ocasião.
“Elas identificaram sem sobras de dúvidas o guarda municipal como o autor do disparo que feriu e matou o adolescente”, acrescentou.
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