Golpistas ligam para clientes e dizem que taxa de entrega deve ser paga diretamente ao entregador, por meio de cartão. Reclamações do golpe ao Procon-SP somam R$ 280 mil em prejuízos aos consumidores. Polícia investiga golpe contra clientes que pedem comida em casa
Um novo tipo de golpe que está em investigação pela Polícia Civil e pela Fundação Procon de São Paulo já soma R$ 280 mil em prejuízos denunciados pelos consumidores do estado e vem preocupando os usuários de delivery da cidade. O golpe é aplicado por um motoboy na entrega de lanches na capital paulista e fez com que uma cliente pagasse R$ 7.500 pela taxa de entrega.
A autônoma Ana Isabel Coelho pediu um lanche e, antes da comida chegar, recebeu um telefonema do motoboy, que perguntou se havia problema em pagar a taxa de entrega pelo cartão, porque havia um erro na plataforma.
Ela questionou se poderia ser em dinheiro, ele disse que não, e ela pensou ter pago uma taxa de R$ 4,99. O entregador disse que o cartão não foi aceito e ela entregou outro.
Minutos depois, Ana recebeu uma mensagem no celular confirmando a transação no valor de R$ 4.999, 99. E m seguida, um novo alerta, confirmando uma compra no outro cartão, no valor de R$ 2.500. Ela entrou em contato com a plataforma, fez um boletim de ocorrência, e foi ressarcida.
A médica Gabriela Medeiros passou pelo mesmo problema, recebendo uma chamada telefônica avisando que a taxa de entrega deveria ser paga diretamente ao entregador.
“Eu vi o valor, mas, eu não sei como, o entregador modificou o valor da maquininha, e o que era pra me custar R$ 6,99 me custou R$ 3.800”, disse à reportagem.
Investigações
Desde abril, o Procon-SP registrou pelo menos 70 denúncias desse tipo e contabiliza um prejuízo de R$ 280 mil para as vítimas. As queixas foram compiladas e entregues à Polícia Civil. Golpes de entrega estão sendo investigado pela Delegacia de Crimes Contra o Consumidor, que já solicitou os dados cadastrais dos entregadores para as empresas de aplicativos e está coletando as provas junto às vítimas.
Até esta quinta-feira (14), a polícia afirmou que 18 pessoas estão sendo investigadas. Ao fim do inquérito policial, os suspeitos poderão responder por furto qualificado e lavagem de dinheiro, além de correr risco de prisão.
De acordo com o Procon-SP, as empresas tem responsabilidade pelas entregas. Questionadas pela reportagem, as empresas de delivery de alimentação alertam que todas as taxas já estão incluídas no pedido e são pagas antes da entrega, através dos aplicativos.
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