#Exposedfortal: canal de denúncias e orientações é disponibilizado para vítimas de assédio em Fortaleza


10 boletins de ocorrência foram realizados na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa). Vítimas denunciam que tiveram imagens divulgadas sem a permissão
Reprodução/Instagram
Para aproximar o contato de vítimas com a delegacia, o projeto Rede Aquarela criou um canal de denúncias voltado para jovens de Fortaleza que expuseram casos de assédio nas redes sociais por meio da hashtag #exposedfortal. Os profissionais da rede, ligados à Fundação da Criança e da Família CIdadã (Funci), estão aptos a receber denúncias, tirar dúvidas sobre direitos e dar apoio psicológico para quem entrar em contato.
A Polícia Civil do Ceará investiga casos de assédio e vazamento de fotos íntimas que estudantes denunciaram publicamente no Twitter no fim de junho. Na segunda-feira, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão contra os suspeitos. O movimento chamou atenção e chegou a ser um dos assuntos mais comentados do Brasil na plataforma.
Até esta terça-feira (7), 10 boletins de ocorrência foram realizados na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), de acordo com a coordenadora da Rede Aquarela, Kelly Menezes.
Quatro das vítimas são menores de 18 anos e seis são maiores de idade. Ela afirma que caso o crime tenha acontecido na adolescência e a vítima já tenha atingido a maioridade, ela continua podendo ser acolhida pela Rede Aquarela e atendida pela Dececa.
Segundo a coordenadora, as equipes que realizam o atendimento são compostas por psicólogos, assistentes sociais e advogados que trabalham na delegacia. O grupo já trabalha com casos de violação de direitos de crianças e adolescentes e são treinados para lidar com esse tipo de denúncia. Kelly explica que muitas vítimas têm medo de ir até a delegacia e possuem uma visão “assustadora” de como seria comparecer para registrar a ocorrência formalmente.
Polícia Civil investiga denúncias de vazamentos de fotos íntimas na internet
O grupo, que também trabalha presencialmente na Dececa, ajuda a acolher a pessoa que passou pelo assédio desde a ligação até o momento da denúncia presencial.
“A ideia é incentivar as vítimas a sentirem essa segurança para tomar essa atitude. Nós sabemos que a violência sexual ainda é um tabu de todas as formas. Só quem trabalha e lida com isso diretamente observa como é grande o sofrimento de uma vítima para ter coragem de se expor, o receio que ela tem de ser desacreditada, o quanto nossa sociedade ainda é muito machista e normalmente culpa a vítima e julga a vítima”, relata Kelly.
Para denunciar, tirar dúvidas ou procurar apoio psicológico de urgência com uma equipe que trabalha diretamente na delegacia, a vítima pode ligar para o número (85) 3433-9568. O número (85) 3433-1419 também está disponível para o mesmo serviço e atende qualquer tipo de ocorrência ligada a violação de direitos de crianças e adolescentes, não necessariamente envolvendo os casos expostos na internet.

By Negócio em Alta

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