Exames vão ser feitos com amostras aleatórias por bairros. A ideia é ter um perfil da população da ilha, que é de cerca de 3 mil pessoas. O estudo inédido será feito em Noronha
Ana Clara Marinho/TV Globo
Um estudo epidemiológico sobre o novo coronavírus será feito em Fernando de Noronha. Nesta quinta-feira (30), os pesquisadores informaram que serão realizados 900 testes com os moradores da ilha. O trabalho de coleta de material ocorre ao longo de um ano.
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Na ilha, os testes serão feitos com 30, 60, 90, 180 e 360 dias. O estudo é resultado de uma parceria entre o governo do estado e o Ministério da Saúde, com a coordenação de Mozart Sales, especialista da Organização Pan-americana de Saúde.
“Esse estudo vai analisar a incidência e a prevalência da Covid-19 em Noronha no período de maio de 2020 a maio de 2021. Serão cinco fases ao longo de um ano. Com isso, vamos ver como ocorre a transmissão”, falou Sales.
A expectativa é iniciar a testagem na primeira semana de maio. “Nós vamos fazer dois tipos de testes, o RT-PCR, que colhe material na narina e na garganta, e o teste rápido, com a coleta de sangue”, disse a tecnologista na área de doenças transmissíveis, Regina Brizolara, especialista da Secretaria Estadual de Saúde.
Os exames vão ser feitos com amostras aleatórias por bairros. A ideia é ter um perfil da população da ilha, que é de cerca de 3 mil pessoas. Segundo os pesquisadores, a margem de acerto será de 95%.
“Nós buscamos conhecer onde o vírus está circulando, proporção de casos novos da Covid e a prevalência da doença para tentar entender os impactos sociais e econômicos”, afirmou Regina Brizolara.
Quarentena prorrogada
Uma série de ações foram implantadas em Fernando de Noronha para conter o avanço do novo coronavírus. Além de estar fechada para o turismo, a ilha proibiu a entrada de moradores e uma quarentena foi estabelecida para restringir a circulação de pessoas nas ruas.
A quarentena deveria terminar na sexta-feira (1º), mas o governador Paulo Câmara (PSB) prorrogou a restrição por mais dez dias. Com isso, ela segue até o dia 10 de maio.
“As pessoas contribuíram e, a partir de agora, o morador não precisa esperar a autorização para sair de casa. A pessoa faz o pedido e pode circular. Dentro das normas, a circulação deve ocorrer para serviços essenciais”, declarou o administrador de Noronha, Guilherme Rocha.
A chegada de servidores públicos a serviço também foi reduzida. “Está suspensa a entrada de pessoas até o dia 15 de maio, para um controle da pesquisa epidemiológica na ilha. Só vamos autorizar a entrada de médicos, mesmo assim com restrições”, afirmou Rocha.
Ainda segundo o administrador, a escala de policiais militares, civis e bombeiros foi ampliada para evitar a chegada de servidores em Fernando de Noronha. Os efetivos permanecem na ilha para que não cheguem pessoas do continente.
Reabertura da ilha
Com os dados produzidos ao longo na pesquisa, o governo vai ter indicadores para fazer a flexibilização para entrada de moradores e turistas. “É difícil dizer quando a ilha vai reabrir. Nós precisamos entender a circulação do coronavírus para reabrir Noronha com responsabilidade”, afirmou Regina Brizolara.
Fernando de Noronha registrou, até esta quinta-feira (30), um total de 28 casos de Covid-19. Desse grupo, 23 pacientes tiveram a cura clínica. Os cinco moradores ainda infectados estão em isolamento domiciliar.
Os pacientes da ilha são 17 homens e 11 mulheres, com idade entre 25 e 59 anos. O governo informou que oito casos que estavam sendo investigados foram descartados. Resta uma pessoa na ilha cujo resultado do exame não foi divulgado até a última atualização desta reportagem.
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Arte/G1
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