Projeto “Quantas Vidas Você Toca!?” pretende usar arte de forma terapêutica para minimizar impactos negativos do isolamento social, como a violência doméstica e as crises de ansiedade. Entidade social leva música para periferia de Ferraz de Vasconcelos
Uma entidade que levava música às escolas públicas da periferia de municípios do Alto Tietê, na Região Metropoltiana de São Paulo, agora tem feito apresentações em comunidades carentes para distribuir conforto nessas regiões durante a quarentena decretada por causa do novo coronavírus (assista acima).
O objetivo da Organização Social de Estímulo a Educação e Cultura no Brasil (Oseec) é usar a arte de forma terapeutica para minimizar os impactos negativos do isolamento social, como a violência doméstica e as crises de ansiedade.
Na noite desta quarta-feira (6), a apresentação do projeto “Quantas Vidas Você Toca!?” será para moradores de Ferraz de Vasconcelos.
Antes da determinação do isolamento social, a Oseec levava até escolas públicas de periferia no Alto Tietê o projeto “Cordas que Restaram” com a apresentação de música com uma orquestra.
Mas o primeiro trabalho da entidade foi com moradores em situação de rua, em 2012. Além da entrega de refeições, a Oseec em parceria com clínicas de reabilitação para dependentes químicos, viabilizou centenas de internações.
Mas em 2016, a organização percebeu que era mais viável atuar de maneira preventiva e criou o projeto “Cordas que Restaram”.
“Um total de 26 músicos sob o comando do maestro Michel Lima se apresentava nas escolas públicas desde 2016. Eu fazia uma palestra sobre superação e o maestro com a orquestra tocava música de diversos gêneros, mas em uma versão clássica”, explica o presidente da Oseec, David Júnior.
Solo de violino é executado em comunidades carentes do Alto Tietê
Anderson Cordeiro/Arquivo Pessoal
Júnior destaca que por conta da pandemia e da necessidade do isolamento social, o projeto “Quantas Vidas Você Toca!?” foi criado.
“O isolamento social ajuda a neutralizar a propagação do vírus, mas tem índices crescendo de violência doméstica e crises de ansiedade. Mais que cesta básica precisava levar alimento para a alma. E a música é terapia e poder fazer isso.”
A entidade destaca ainda que o projeto tem como objetivo levar para as comunidades mais vulneráveis um solo de violino, pois são locais onde as pessoas não têm acesso a internet ou familiaridade com o mundo digital.
Para colocar o projeto na estrada, a Oseec contou com uma rede de solidariedade. “Uma empresa que trabalha com som doou 50% do valor do aluguel do caminhão que tem para o projeto. Ele serve para amplificar o som da apresentação. Os outros 50% foram doados por um empresário”, explica o presidente.
David Júnior ressalta que durante a apresentação apenas quatro pessoas, que são voluntárias, participam e cumprem todas as normas para evitar a contágio com o novo coronavírus, inclusive o uso de máscara.
O projeto começou no dia 22 de abril e tem sido bem recebido pelas comunidades. Júnior descreve que algumas pessoas já enviaram vídeos, mostrando aplausos e elogios de quem ouve o repertório musical eclético que sai do violino.
Cada apresentação percorrerá dois bairros periféricos de algumas cidades do Alto Tietê com duração de aproximadamente 45 minutos. Nesta quarta-feira será 21h45 na Rua Carlos de Carvalho, 200, no Jardim São João, em Ferraz.
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