Levantamento indica que 55,9% das famílias têm contas em atraso sem condições de quitar a dívida. Entidade atribui alta do endividamento à crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia. Um levantamento divulgado nesta terça-feira (7) pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (Ifec RJ) mostra que 55,9% das famílias cariocas estavam endividadas em junho. Na comparação com maio, esse percentual teve alta de 2,6 pontos percentuais.
Segundo a pesquisa, em maio chegava a 54% o percentual de famílias do Rio que tinham contas atrasadas e não tinham condições financeiras para quitá-las. Um mês antes, esse percentual era de 52,6%, ou seja, de abril a junho o indicador aumentou em 3,3 pontos percentuais.
O Ifec RJ atribui a alta no endividamento das famílias cariocas à crise no mercado de trabalho provocada pela pandemia do novo coronavírus.
“De fato, é razoável esperar que o impacto da deterioração do mercado de trabalho produzida pela quarentena, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (COVID-19), se complete após alguns meses”.
Mais dívida com cartão, menos empréstimo consignado
Ainda de acordo com o levantamento do Ifec RJ, as dívidas com carnês de pagamento e com o cartão de crédito foram as que tiveram maiores altas na comparação com maio – respectivamente, de 1,7 p.p. e 0,8 p.p.
Em contrapartida, o crédito consignado e o financiamento de veículos tiveram queda no período, de -1 p.p -0,9 p.p., respectivamente.
“A maior parte do crédito consignado é concedido para funcionários públicos e aposentados. Por terem renda estável, é razoável que o endividamento nessa modalidade diminua mesmo durante a crise”, destacou o instituto.