Eleições 2020: candidatos a prefeito de São Paulo priorizam atenção básica; veja propostas para a Saúde


Segundo pesquisa Datafolha, área é considerada o principal problema da capital para os moradores. Leito do Hospital da Bela Vista, no Centro de São Paulo.
Marina Pinhoni/G1
Com a pandemia do coronavírus, a área da saúde esteve no centro das discussões em 2020. A rede pública e privada foi pressionada e testada em seu limite em todo o Brasil.
Em São Paulo, em maio, seis hospitais municipais chegaram a ficar sem vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). No entanto, desde antes da pandemia de Covid-19, alguns deles já sofriam com problemas na estrutura, como o Tide Setúbal, na Zona Leste, e o Hospital do Campo Limpo, na Zona Sul.
Segundo uma pesquisa Datafolha, para 23% dos moradores de São Paulo, a saúde é o principal problema da capital, seguida por Segurança (12%) e Transporte coletivo (10%).
O G1 SP resumiu os principais pontos das propostas de governo para a área da saúde dos 14 candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2020. Veja abaixo (os nomes estão em ordem alfabética):
Andrea Matarazzo (PSD)
Andrea Matarazzo é oficializado como candidato à Prefeitura de SP
Reprodução
Resumo: Em pouco mais de duas páginas, em tópicos, o plano de governo de Matarazzo elenca o que pretende fazer na saúde. Ele pretende ampliar, por exemplo: a disponibilidade dos serviços das UBS, Amas e Hospitais em todos os turnos e final de semana, o número de Centros Especializados em Reabilitação (CER), o investimento em tecnologia assistiva, e a rede básica de assistência.
O plano também diz que o modelo de atuação com as Organizações Sociais (OSs) “deve ser fortalecido e ampliado, aperfeiçoando os contratos de gestão para assegurar níveis crescentes de qualidade e transparência”. Em parceria com uma OS, Matarazzo que implementar o programa “AMA Sorriso”, um pronto-socorro odontológico.
O texto propõe ainda reduzir a “evasão médica”, integrar as unidades de saúde municipais e estaduais da capital por meio de um sistema informatizado, implementar um projeto piloto com o conceito da “Medicina do Exercício e do Esporte”, “facilitar o acesso à saúde mental de qualidade” nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e firmar um convênio com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.
(Veja o plano de governo de Andrea Matarazzo completo)
Antônio Carlos (PCO)
Antonio Carlos, candidato do PCO à Prefeitura de SP
PCO/reprodução
Resumo: O plano de governo de Antônio Carlos não é separado por temas, e a palavra “saúde” aparece pela primeira vez na página 25, do total de 37. Nesta primeira citação, o termo está no contexto da defesa da descriminalização do aborto, um “problema de saúde pública”, segundo o texto, que propõe “direito de opção da mulher sobre a conveniência ou não da gestação”.
O plano também defende o fim das privatizações na saúde. “Pela estatização do sistema de saúde, com atendimento gratuito a toda a população” e “pela total gratuidade de todos os serviços e produtos que se relacionem com a maternidade”.
O texto ainda fala que é preciso “sair às ruas para parar o genocídio que tem o povo negro como maior alvo”, “exigindo-se testes em massa para toda a população, contratação em larga escala de profissionais da saúde, abertura de milhares de leitos nos hospitais públicos etc.”
(Veja o plano completo de Antônio Carlos aqui)
Arthur do Val (Patriota)
O deputado estadual Arthur do Val, do Patriota, durante discurso na Alesp, em São Paulo.
Divulgação/Alesp
Resumo: Com duas páginas dedicadas ao tema, o plano de governo de Arthur do Val diz que ” saúde básica e profilática deve ser a prioridade da gestão”. O texto diz que hoje há um “uso político” das UBSs, porque “vereadores indicam a construção delas e depois o Executivo não consegue geri-las”. O programa promete “foco em UBS estratégicas com atendimento local e regionalizado em conjunto com equipes de saúde e agentes comunitários para prevenção e otimização do atendimento”.
O texto diz que irá “buscar alternativas” para melhorar a marcação e confirmação prévia de consultas, “evitando as enormes e desgastantes filas” e desenvolver parcerias com laboratórios privados “para dar acesso a toda população a exames de qualidade”.
A proposta para a saúde também inclui aumentar o número de assistentes sociais da família e médicos especializados em Medicina da Família. “Não queremos desperdiçar a mão de obra mais qualificada do município para virar um carimbador de receitas e distribuidor de atestados”.
(Veja o plano completo de Arthur do Val aqui)
Bruno Covas (PSDB)
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta sexta-feira (14).
Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo
Resumo: Covas dividiu seu plano de governo em “compromissos programáticos”, e o dedicado a saúde se chama “Toda vida importa” e tem duas páginas. Antes de apresentar as propostas, o plano diz que a gestão promoveu “a maior expansão da rede pública de saúde das últimas décadas”, com a entrega de oito novos hospitais, quase mil novos leitos permanentes e, ao todo, a entrega de 51 novas unidades de saúde nos últimos quatro anos.
O texto diz que a rede pública deve ser preparada para os desafios futuros que a pandemia vai gerar, com “a ampliação das áreas de nefrologia, saúde mental, o combate a comorbidades, como a obesidade, e a atenção especial às mulheres, à primeira infância, à prevenção e ao tratamento de usuários de drogas”.
O plano diz que os novos hospitais de Parelheiros e Brasilândia entrarão em “pleno funcionamento”, com a oferta de mais de 630 leitos, que o Hospital Sorocabana será ampliado e que, em parceria com o BID, o Programa Avança Saúde vai investir R$ 800 milhões em 150 equipamentos de saúde até 2025, incluindo mais seis novas UPAs. A proposta ainda diz que irá ampliar os serviços de saúde mental com a telemedicina, e que 60 mil profissionais serão treinados para atender a população à distância.
(Veja o plano completo de Bruno Covas aqui)
Celso Russomanno (Republicanos)
Celso Russomanno (Republicanos) em foto de dezembro de 2019.
Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Resumo: Em duas páginas dedicadas à saúde, o plano de Russomanno diz que irá avançar “no fortalecimento dos programas de atenção em saúde dirigidos aos grupos populacionais prioritários e de alto risco” e que medidas urgentes” têm que ser tomadas para a melhora da saúde. O texto propõe criar um “núcleo de inteligência em saúde para o apoio à tomada de decisões estratégicas, táticas e operacionais”.
O candidato também promete implantar o o teleatendimento para consultas médicas à distância, “bem como atendimentos de fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional”. As ligações poderão ser feitas pela conexão do morador ou por pontos de internet que estarão espalhados na cidade.
Com a informatização das informações, o texto diz que o prontuário médico deve estar disponível “ao acesso imediato de cada indivíduo em plataforma digital nas nuvens”. “Assim, quaisquer atendimentos em saúde podem ser integrados e com seu histórico de acesso imediato em todas unidades de atendimento”. O texto diz que hoje os hospitais não trocam informações com ambulatórios e prontos-socorros e há um “desperdício de tempo e dinheiro”.
(Veja o plano completo de Celso Russomanno aqui)
Filipe Sabará (Novo)
Filipe Sabará presidiu o Fundo Social de SP e é candidato a prefeitura pelo Novo
Reprodução/TV Globo
Resumo: o plano de governo de Sabará promete lançar o programa “Saúde na Mão”, que terá “integração dos dados de pacientes – consultas, exames, cirurgias já feitas e medicamentos antes prescritos, além do controle de vagas disponíveis na cidade”. Cada pessoa terá um “prontuário único digital” com seu histórico de saúde. O plano também prevê investir e ampliar os atendimentos de telemedicina.
A proposta também promete foco na prevenção, e para isso, diz que a Prefeitura irá “garantir saneamento básico para toda a população”. O texto diz que irão ser feitas “campanhas de vacinação, educacionais, de hábitos de higiene, de segurança e educação alimentar e de estilos de vida mais saudáveis”. Para prevenção de doenças, o texto também fala na ampliação nos médicos da Equipe Saúde da Família.
A campanha de Sabará diz que irá implementar um “sistema de remuneração faseada”, para que o pagamento às Organizações Sociais e prestadores de serviço da saúde seja “gradual, baseado em consulta, exames, retorno, tratamento e avaliação do paciente em todas essas etapas”.
(Veja o plano completo de Filipe Sabará)
Guilherme Boulos (PSOL)
Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato do PSOL
Celso Tavares/G1
Resumo: Na saúde, o plano de governo de Boulos propõe combater “combater a desigualdade na saúde e no combate à Covid”. O texto fala em intensificar os teleatendimentos, garantir testes para toda a população e reverter as mudanças feitas na Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
Uma das propostas é criar um sistema de encaminhamento na Atenção Básica de acordo com níveis de prioridade. No caso de prioridade 1, atendimento em 48h, prioridade 2, em até duas semanas, e 3, em até um mês. O texto também fala em reabrir hospitais fechados, universalizar o atendimento odontológico e ampliar os CAPS-II Adultos, AD e IJ existentes.
Na administração dos equipamentos de saúde, a campanha promete “construir uma Gestão Popular do SUS” e reverter a privatização da gestão ligada aos serviços de saúde. Boulos também promete construir uma Faculdade de Medicina Municipal para a “formação de médicos oriundos da periferia de São Paulo”.
(Veja o plano completo de Guilherme Boulos)
Jilmar Tatto (PT)
Jilmar Tatto foi confirmado como candidato do PT à Prefeitura de SP neste sábado (12)
Reprodução
Resumo: Na saúde, Tatto irá reverter à gestão direta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) os hospitais municipais e equipamentos de saúde que hoje estão sob administração de Organizações Sociais. O plano de governo diz também que irá “assumir e estruturar o sistema municipal de regulação do acesso, informatizado e ágil, incluindo todos os serviços do SUS”.
O plano petista prevê a simplificação e customização da informação na SMS, o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Saúde, a criação de um “índice municipal antirracista na saúde” e a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.
Na saúde da mulher, o texto fala na manutenção e ampliação de leitos nas maternidades, na implantação de Casas de Parto em todas as subprefeituras, na ampliação do programa de doulas voluntárias da SMS, e na distribuição gratuita de absorventes íntimos para a população.
(Veja o plano completo de Jilmar Tatto aqui)
Joice Hasselmann (PSL)
A deputada federal Joice Hasselmann durante lançamento da candidatura dela à Prefeitura de São Paulo pelo PSL.
Reprodução/TV Globo
Resumo: A candidata Joice Hasselmann propõe ao longo de cinco páginas do seu plano de governo uma saúde pública “digital e conectada”, com o objetivo de organizar o setor de maneira estratégica e melhorar o atendimento à população.
Ela argumenta que a estrutura física em si já é “gigantesca”, com centenas de UBSs e dezenas de AMAs, além de UPAs e hospitais, que as equipes oferecem amplo atendimento, inclusive especializado, como aqueles para a população indígena e negra, e para a comunidade LGBT, e que o orçamento já representa 18% do total da cidade, de modo que a urgência agora é pela pela distribuição igualitária dos serviços e melhoria na qualidade.
Joice aposta especialmente no teleatendimento como um instrumento para esta mudança, que permitiria a teleconsulta e a prescrição digital junto a profissionais de diversas áreas da saúde, com um acesso mais rápido e econômico para o cidadão, e com a redução de filas nos ambulatórios. Entre os impactos esperados das ações que ela deseja implementar estariam a redução na taxa de mortalidade infantil de 11 por mil nascidos para 5 por mil, a ampliação da cobertura das equipes de saúde da família de 40% para da 90%, e o aumento de parcerias com as entidades federais do SUS.
(Veja o plano completo de Joice Hasselman aqui)
Levy Fidelix (PRTB)
Levy Fidelix (PRTB)
Fábio Tito/G1
Resumo: O candidato diz que irá “revolucionar” a saúde pública da capital com o Plano de Atendimento a Saúde do Paulistano (PASP). O plano irá cadastrar todos os moradores que quiserem participar do plano de saúde da rede municipal, e para isso terá que fazer médicos como tipo sanguíneo e vacinas, informações que estarão em uma “Carteira de Prontuário Emergencial”, acessível para qualquer médico da rede de saúde.
O plano para a saúde prevê a implementação da telemedicina e promete ao menos uma Unidade Básica de Saúde (UBS) por bairro. Está previsto também o “motomédico”. “Contrataremos para agilizar o atendimento, em caso de emergência, médicos e paramédicos que tenham capacidade e habilitação para dirigir motos, que por sua vez serão equipadas com instrumentos médicos e hospitalares”, diz o texto.
O texto diz ainda que a gestão de Levy irá realizar convênios internacionais e com o governo federal “para garantir mais verbas”, e também também irá oferecer bolsas-residência para estudantes de Medicina da periferia da cidade.
(Veja o plano completo de Levy Fidelix aqui)
Marina Helou (Rede)
Marina Helou é candidata da Rede
Alesp/divulgação
Resumo: A candidata da Rede Sustentabilidade, Marina Helou, dedica seis páginas de seu plano de governo às propostas para a saúde pública, que estão fundamentadas no fortalecimento do SUS, “por um sistema público amplo, universal e gratuito”, e na Saúde da Família, “por uma gestão descentralizada e intersecretarial”, já que em seu entendimento, esporte, lazer, saneamento, mobilidade e habitação interferem na saúde das pessoas.
Para ela, a Atenção Básica deve ser desenvolvida com mais proximidade, por meio de visitas de equipes médicas às casas das pessoas, sem necessidade de deslocamento aos postos de saúde. O projeto prevê a universalização da Saúde da Família na capital, com adaptação das UBSs, de modo que cada habitante tenha um médico de família para acompanhamento integral. O resultado esperado é que 80% dos problemas de saúde da população sejam resolvidos nesta atenção primária.
Para os outros 20% dos pacientes, que demandariam atendimentos de média e alta complexidade, Marina propõe o atendimento 24 horas nas AMAs, organização das filas de atendimento por complexidade de casos, e a revisão do perfil assistencial de cada hospital para distribuir adequadamente as especialidades e a quantidade de leitos disponíveis. A candidata também destaca o trabalho que deseja empreender para a Saúde Mental com o fortalecimento da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
(Veja o plano completo de Marina Helou aqui)
Márcio França (PSB)
Marcio França, candidato à prefeitura de SP, participa de evento ‘Direitos Já’ em 2019
Glauco Araújo/G1
Resumo: O plano de governo de Márcio França diz que a gestão irá estabelecer um “novo Plano Municipal de Saúde, e renovar o sistema de saúde da cidade com foco na antecipação a futuras pandemias e mudanças necessárias latentes, com foco na prevenção em saúde pública”.
O candidato promete a abertura de todas as unidades de saúde nos finais de semana e feriados até zerar a fila de exames e consultas. Para as gestantes, diz que irá garantir a vacinação e um pré-natal adequado, com sete consultas ou mais, e mínimo de seis exames.
O texto diz ainda que o governo França irá fortalecer os serviços de Saúde Mental e da Rede de atenção psicossocial (RAPS), e também reformar todos os hospitais com necessidades estruturais, “bem como concluir as obras do sistema de saúde pública que estão paradas”.
(Veja o plano completo de Márcio França aqui)
Orlando Silva (PCdoB)
Deputado Orlando Silva (PCdoB) em discurso na Câmara dos Deputados em Brasília
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Resumo: No plano de governo de Orlando Silva divulgado até a publicação desta reportagem não havia um trecho dedicado à propostas para a saúde. Em uma parte que diz que a gestão de Silva irá priorizar “quem mais precisa”, a publicação diz que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) localizadas nas regiões com os piores indicadores serão as primeiras a terem as equipes reforçadas.
(Veja o plano completo de Orlando Silva aqui)
Vera Lúcia (PSTU)
Vera Lúcia, candidata do PSTU à Presidência, fala durante entrevista ao G1 e à CBN no estúdio da rádio, em São Paulo, em 2016
Marcelo Brandt/G1
Resumo: O plano de governo de Vera Lúcia defende um combate à pandemia com base em uma “quarentena para valer, com emprego e renda, e testagem em massa até que uma vacina esteja disponível para todos”.
O texto também é contra as privatizações na área da saúde e diz que todos os hospitais serão estatizados, assim como laboratórios privados. “Por um SUS 100% público e estatal sob controle dos conselhos populares!”, diz o plano.
O plano de governo promete ainda a “ampliação do Programa de Saúde do Trabalhador para implantar medidas preventivas dentro dos locais de trabalho” e “testagem nos locais de trabalho sob o controle dos trabalhadores”.
(Veja o plano completo de Vera Lúcia aqui)
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