Coronavírus: profissionais de saúde e segurança são 18% dos infectados no DF


Na noite desta segunda-feira (11) eram 2,8 mil casos de infecção. Desse total, 513 são funcionários de serviços essenciais. Profissionais de saúde participam de treinamento para enfrentamento ao novo coronavírus no Hospital Universitário de Brasília
HUB/Divulgação
Em dois meses, o Distrito Federal atingiu a marca de 2.800 casos de infecção pelo novo coronavírus. Entre os pacientes, até esta segunda-feira (11), 513 (18% do total) são profissionais das áreas de saúde e de segurança – consideradas de serviços essenciais.
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O número consta em um balanço divulgado pela Secretaria de Saúde. Segundo o boletim, 1.727 pacientes informaram a profissão, portanto, o número de contaminados entre médicos, técnicos de enfermagem e policiais, por exemplo, pode ser ainda maior.
Do total de 41 mortes registradas na capital por causa da Covid-19, três são de profissionais que estão na linha de frente do combate ao vírus. Um deles foi o policial militar, de 50 anos, que morreu no dia 2 de abril, após sete dias internado.
O paciente era primeiro sargento e atuava no 11º Batalhão da PM, em Samambaia. Ele deu entrada em em um hospital particular apresentando febre e insuficiência respiratória. O GDF não informou se o PM possuía outras doenças relacionadas, que agravaram o quadro.
Outra vítima foi uma enfermeira de 61 anos que atuava como assessora técnica do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Ela foi o primeiro óbito registrado por Covid-19 na capital, em 23 de março.
De acordo a pasta, a mulher teve contato com um paciente infectado e havia voltado de uma viagem internacional. O G1 não teve acesso a informações sobre o histórico do segundo profissional de saúde morto pela doença.
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Infectados
A Secretaria de Saúde não divulga nos boletins diários quantos profissionais das áreas de saúde e segurança foram afastados por estarem infectados.
No Brasil, também não existe um levantamento oficial sobre esses funcionários afastados. No início de abril, no entanto, a TV Globo apurou que quase 7 mil profissionais – entre médicos, técnicos de enfermagem e enfermeiros – apresentaram sintomas suspeitos.
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Em Brasília, um deles foi o médico anestesista Lucas Valente, de 29 anos. Ele precisou deixar por duas semanas a linha de frente do combate ao novo coronavírus em dois hospitais públicos do Distrito Federal, mas já retornou ao trabalho.
Lucas trabalha na emergência do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – uma das unidades de referência no atendimento de pacientes com a Covid-19 – e também no hospital Regional do Paranoá.
“O SUS [Sistema único de Saúde] já vive lotado, o coronavírus foi o que deflagrou ainda mais nossas fragilidades, vivíamos no limite e, agora, ainda mais.”
Médico Lucas Valente (touca vermelha) e equipe de emergência
Arquivo pessoal
Na rede pública, o médico anestesista é responsável pela entubação traqueal dos pacientes, um procedimento para quem chega ao hospital em estado grave. Ele cumpre jornadas de 50 horas semanais.
Mesmo com o cuidado redobrado para uso dos equipamentos de proteção, como jalecos, luvas e máscaras, ele disse a G1 não saber como se contaminou.
“A linha de frente sempre é o lugar mais estressante.”
Reforço em Manaus
Médicos e enfermeiros voluntários do Distrito Federal estão sendo enviados para Manaus, no Amazonas, para reforçar o combate ao novo coronavírus.
Na bagagem, além do conhecimento, a emoção de ajudar a região do país onde até esta manhã havia 8 mil pessoas infectadas e mais de 600 mortes causadas pela pandemia. A iniciativa é do Ministério da Saúde.
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De acordo com a pasta, o sistema público de saúde do estado amazonense vem apresentando dificuldade para atender a alta demanda causada pela pandemia. Nesta semana, a rede operava com cerca de 90% dos leitos ocupados.
Já o DF, na semana passada, contava com 182 leitos de UTI reservados para pacientes com coronavírus, nas redes pública e em conveniadas da rede privada.
Leia mais notícias sobre a região no G1 DF.

By Negócio em Alta

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