Ministério da Saúde não informa quantos casos suspeitos são investigados em todo o país. Nenhum caso de reinfecção foi confirmado no Brasil até o momento. Micrografia eletrônica de uma célula infectada por partículas do SARS-CoV-2 (amarelo). A área preta é espaço extracelular entre as células.
Integrated Research Facility (IRF)/NIAID
Um caso de paciente infectado pela segunda vez com Covid-19 é investigado pela Prefeitura de Belo Horizonte. A informação foi confirmada nesta terça-feira (20) pela Secretaria Municipal de Saúde.
A pasta não informa nenhum dado do paciente – sexo, idade ou se tem comorbidade – nem a data em que ele teria se infectado com o novo coronavírus pela segunda vez. A investigação segue sem conclusão.
Em todo o estado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde, já foram oito casos notificados de reinfecção, sendo que dois já foram descartados e seis seguem em investigação. Até 21 de setembro, o governo de Minas Gerais investigava a reinfecção em quatro pacientes.
Até esta terça (20), nenhum caso de reinfecção tinha sido confirmado em Minas Gerais. Segundo o Ministério da Saúde, não há nenhum caso confirmado de reinfecção por Covid-19 no Brasil até o momento.
O G1 perguntou ao Ministério da Saúde quantos são os casos suspeitos de reinfecção em todo o Brasil, mas a pasta do governo federal não informou nenhum número, e disse apenas que “tem prestado apoio às equipes de vigilância das secretarias estaduais e municipais de saúde envolvidas na investigação” e que, para dados locais, é preciso procurar cada uma das secretarias.
O primeiro caso de reinfecção do mundo foi confirmado em agosto, por pesquisadores de Hong Kong. Trata-se de um homem saudável com o segundo caso de Covid-19 diagnosticado 4 meses e meio depois do primeiro. O sequenciamento do genoma mostrou que as duas cepas do vírus são diferentes, o que comprova a reinfecção.
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Como são as investigações
O Ministério da Saúde disse que os “supostos casos de reinfecção estão sendo acompanhados” pela pasta – “que conta com o apoio de especialistas dos Laboratórios de Referência Nacional (Fiocruz, Instituto Adolfo Lutz e Instituto Evandro Chagas) na elucidação desses casos”.
Em Minas Gerais, as investigações de reinfecção são realizadas por meio do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas) em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) e regionais de saúde.
Pelo protocolo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) considera casos suspeitos de reinfecção aqueles em que a pessoa apresentou novo quadro clínico em período acima de 90 dias do primeiro episódio confirmado laboratorialmente.
Desde 7 de setembro, quando houve mudança no protocolo, todos os casos positivos para a Covid-19 com novo quadro clínico em período maior ou igual a 90 dias da primeira confirmação passaram a ser testados e notificados ao estado. As amostras positivas são enviadas à Funed, que faz sequenciamento genético para verificar a presença de mutações.
Fenômeno raro
Segundo o médico Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fiocruz, em entrevista à GloboNews neste domingo (18), a reinfecção “é fenômeno raro”. “Estima-se que menos de 1% dos pacientes vão apresentar uma reinfecção”. Em todo o Brasil, são menos de 50 casos relatados.
Ele disse que “existe esforço em todos os estados para identificar esses casos”.
O médico também afirmou que “muito provavelmente, quem teve sintoma mais forte da Covid provavelmente desenvolveu anticorpos neutralizantes num nível bastante elevado”. Quando há segunda infecção, geralmente os sintomas “são mais severos”.
As mudanças na saúde e no comportamento após a pandemia:
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