Assassinos do padre Casemiro são condenados a mais de 110 anos de prisão, no DF


Alessandro de Anchieta Silva, Daniel Souza da Cruz e Antônio Wyllian de Almeida foram condenados pelos crimes de latrocínio, roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição da liberdade da vítima, emprego de arma de fogo e corrupção de menores. Padre Kazimerz Wojn, conhecido como padre Casemiro, foi assassinado na Asa Norte
TV Globo/Reprodução
O juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de Brasília, condenou os acusados do latrocínio do Padre Casemiro, de 71 anos, da Igreja Nossa Senhora da Saúde, localizada na quadra 702, da Asa Norte. Alessandro de Anchieta Silva, Daniel Souza da Cruz e Antônio Wyllian de Almeida foram condenados pelos crimes de latrocínio, roubo majorado pelo concurso de pessoas, restrição da liberdade da vítima e emprego de arma de fogo e corrupção de menores, somando mais de 110 anos de prisão.
O crime aconteceu em setembro do ano passado. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os denunciados, juntamente com outro indivíduo, que ainda não foi identificado, agiram “com vontade livre e consciente, mediante grave ameaça e violência, com uso de arma de fogo e restrição da liberdade”, contra as vítimas Kazimierz Wonjo e José Gonzaga da Costa Paz Landim, caseiro da igreja.
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Eles roubaram R$ 3.500, dois notebooks, duas garrafas de whisky e cordão de ouro, pertencentes ao padre e um aparelho celular do caseiro.
Alessandro de Anchieta Silva teve a pena unificada em 37 anos, cinco meses e cinco dias de reclusão. Daniel Souza da Cruz foi condenado a 35 anos, um mês e 13 dias de prisão. E Antônio Wyllian de Almeida Santos recebeu a pena de 37 anos, 10 meses e 15 dias de prisão.
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Brenda Ortiz/G1
Os acusados cumprirão pena em regime fechado. O juiz manteve a prisão preventiva dos réus, que não poderão recorrer em liberdade.
De acordo com o juiz, a “completa ausência de compaixão e de qualquer sentimento de Alessandro de Anchieta, em relação a vida humana é retratada em laudo pericial em que foram reveladas fotografias do aparelho de telefone celular do acusado no momento da ação criminosa de ambas as vítimas”. “O mesmo Laudo, apontou a completa ausência de remorso por parte do sentenciado, pois no dia seguinte ao crime, existem fotografias que o retratam sorrindo, fumando o que aparenta ser um cigarro de maconha, e usando a corrente que pertencia ao padre assassinado”, afirma.
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Diferentemente do réu Alessandro, não foi comprovada personalidade agressiva ou desviada por parte de Antônio Wyllian e Daniel.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 21 de setembro de 2019 na igreja Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte. Kazimerz Wojn (nome de registro do padre) foi rendido pouco após a missa, por volta das 19h, quando estava fiscalizando uma obra no terreno.
Além de Casemiro, o funcionário que cuidava da construção de um auditório disse aos policiais militares que também foi agredido e feito refém, mas que conseguiu gritar e pedir socorro.
O sacerdote foi encontrado morto com os pés e as mãos amarrados, e com um arame enrolado ao pescoço. Kazimerz era polonês e tinha 46 anos de sacerdócio.
Segundo as investigações, os criminosos passaram cerca de 3 horas na igreja e levaram dinheiro, moedas de ouro, cheques, eletroeletrônicos e garrafas de bebida. Para ir embora, eles pularam o muro e fugiram em ônibus (veja abaixo).
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Quem era o padre Casemiro?
Kazimerz Wojn nasceu na Polônia, mas morava no Brasil desde a década de 1980. Aqui, ficou conhecido pelos fiéis como Padre Casemiro.
Segundo a Arquidiocese de Brasília, o sacerdote era, frequentemente, visto com uma câmera fotográfica na mão, porque gostava de fotografar as celebrações e distribuir as imagens entre amigos.
Todas as quartas-feiras, ele celebrava missas para pacientes e servidores no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
Nos últimos anos, o padre superou um câncer de próstata e viu a violência rondar sua rotina. Em abril, no domingo de Páscoa, bandidos roubaram o sacrário da igreja, avaliado em R$ 20 mil.
Uma semana antes do assalto que tirou a vida do padre, uma motosserra foi levada da obra da igreja. Na última missa que celebrou, o sacerdote falou sobre violência durante o sermão.
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By Negócio em Alta

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