Com o novo nome Pê, cadelinha já se adaptou à rotina e está feliz como nunca antes. A cadelinha Pê já está super adaptada ao novo lar, onde receberá muito amor pelo resto da sua vida
Arquivo Pessoal
A cadelinha Peppa passou praticamente a primeira década da sua vida morando no Canil Municipal de Guarujá, no litoral de São Paulo, onde sempre foi muito bem cuidada pelos funcionários do local. Mesmo assim, o que sempre faltou para ela foi receber o amor e o carinho de uma família. Essa situação mudou graças a uma publicação nas redes sociais.
Assim que a juíza Alcina Beres, de 60 anos, viu um post falando sobre a história da Peppa, que era o animal mais antigo do canil, se encantou pelo relato e não teve dúvidas de que deveria ajudar a cadelinha, dando à ela um novo lar. Na mesma hora, entrou em contato com o abrigo e, em poucos dias, recebeu o mais novo membro da família.
“Mudei o nome dela para Pê e, sempre que chamo Pepê, ela vem rebolando na minha direção. Ela já está muito adaptada, é uma delícia. A primeira noite foi mais complicada, continuava um pouco triste e não saía de perto do portão. Acredito que seja parecido com o que ela tinha no canil. No dia seguinte já comeu melhor, coloquei uma roupinha e ela se apaixonou pela grama”.
Pê se apaixonou pela grama e adora brincar e fazer suas necessidades no local
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A coordenadora da Diretoria de Proteção e Bem Estar Animal, Vivi Vargas, revela que a cadelinha era muito tristonha antes de ser adotada, não tinha expressão no rosto e só abanava o rabinho para o funcionário Anésio de Carvalho, que acompanhou sua trajetória no canil. Por ser muito quieta, ela não gostava de sair da sua baia para passear pelo local.
“Com a quarentena, começamos a soltar os cachorrinhos um pouco, mas percebemos que ela não saía nunca. Tentávamos fazê-la passear, mas ela sempre voltava para a baia. Dava muita pena, tínhamos até vontade de chorar. Um dia, ela começou a explorar, cheirar tudo e até brincar com os animais mais idosos. A vida dela começou a dar um jeito”.
Foi então que teve início a busca por um adotante com o apoio da Coordenadoria de Defesa da Vida Animal de Santos (Codevida) e da Ong Viva Bicho, que colaboraram na divulgação da história da cachorrinha nas redes sociais. Por meio de uma das diversas postagens publicadas, a juíza se solidarizou com o fato da cadela estar esperando uma chance de ser adotada.
A coordenadora da Diretoria de Proteção e Bem Estar Animal entregou em mãos a Peppa para sua nova dona
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“Tudo que a Peppa (agora Pê) precisava era do amor de um tutor. Ela não sabia o que era isso. Várias pessoas cuidavam dela no canil, todos com muito carinho, mas foram anos vendo animais entrando e saindo, veterinários entrando e saindo, e ela continuava lá. Temos acompanhado sua nova rotina. A Alcina manda fotos e vídeos todos os dias e ela está com um rostinho muito mais feliz”, conta Vivi.
Pê tem se divertido como nunca antes, principalmente na grama com seus novos ‘irmãos’. Agora, ela tem a chance de passar seus próximos anos ao lado de uma família. A juíza tem outros dez cachorros em casa, todos adotados com idade avançada ou com algum problema de saúde. Ela fez de sua missão de vida ajudar os cachorros que mais precisam e nunca se arrependeu dessa decisão.
“Esse é o ideal da minha vida. Já peguei cachorro que me falaram que duraria um mês e cuidei dele por oito anos. As pessoas precisam se conscientizar a não comprar filhotes, mas dar carinho aos cachorros abandonados. É importante dar a eles mais uma chance. O ser humano pode mudar a sua história, mas se não ajudarmos os animais, a realidade deles será muito triste”, finaliza a juíza.
Pê adora brincar na grama de casa, em São Paulo, com seus novos irmãos caninos
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