Sem respeitar distanciamento social, o centro da cidade concentra multidões. Na segunda-feira (1), início do novo regime, município apresentou somente 43% de isolamento social Centro de Caucaia teve grande movimentação nesta quarta-feira, apesar de “lockdown”.
José Leomar/SVM
Mesmo com o endurecimento das regras de isolamento social, Caucaia, na Grande Fortaleza, voltou a apresentar grande movimentação nesta quarta-feira (3), em especial nas proximidades das agências bancárias do centro da cidade. O município chegou à média diária de dois óbitos por Covid-19, somando 118 mortes e 2.027 casos da doença, de acordo com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
O “lockdown” na cidade começou a valer na segunda-feira (1º), assim como em outros seis municípios cearenses. O estado contabiliza 3.534 mortes e 55.472 casos confirmados da Covid-19, segundo dados atualizados na manhã desta quarta. Com a adoção do isolamento rígido no interior, o governo estadual busca reduzir a taxa de propagação da doença no Ceará.
Nesta quarta, o G1 flagrou grande fluxo de pedestres nas ruas, descumprimento do uso obrigatório de máscara e a não adoção da distância mínima entre as pessoas nas filas das agências bancárias. O mercado público também registrou movimentação, apesar da ordem das autoridades para que o comércio não funcione.
Segundo estudo realizado pela empresa de tecnologia InLoco, baseado em dados de geolocalização de telefones celulares, a taxa de isolamento social, na segunda-feira (1º), foi de 43%, número abaixo da média dos outros dias, que variava próximo de 53%.
A fim de organizar as filas dos bancos e casas lotéricas, assim como orientar as pessoas da necessidade do distanciamento social, guardas municipais estão atuando no centro de Caucaia, de acordo com a prefeitura municipal, por meio da Secretaria Municipal de Patrimônio Serviços Públicos e Transporte (SPSPTrans).
Descumprimento de regras pode gerar multa
Em caso de descumprimento do isolamento social e das medidas adotadas, ambulantes e comerciantes podem ser multados até R$ 15 mil.
O advogado e morador de Caucaia, Fernando Pinto, 28 anos, relata que as lojas continuam funcionando normalmente apesar do isolamento social. “Com o isolamento rígido, parece até que esse fluxo aumentou. O centro está lotado de gente, parece que nunca existiu isolamento social”, comenta.
Terceiro dia de “lockdown” em Caucaia teve grande circulação de pedestres e aglomerações na entrada de agências bancárias.
José Leomar/SVM
Há mais de 70 dias em casa, saindo somente em situações necessárias, Fernando entende o cansaço e estresse psicológico da quarentena. No entanto, acredita que a medida é a única capaz de conter o coronavírus.
“Para que o sistema de saúde consiga se equilibrar e para que a economia possa voltar, é necessário ficar em casa. Tudo isso vai depender da quantidade de gente na rua. Eu sei que muito pior vai ser se o isolamento social não for cumprido”.
A estudante universitária Ana Samara Sampaio, 21 anos, já perdeu duas pessoas próximas devido à Covid-19 e percebe o permanente fluxo de pessoas nas ruas.
“É difícil, porque foi uma coisa muito nova, mas é totalmente importante ficar em casa. Quem não perdeu nenhum parente pode não entender, mas quem já perdeu duas pessoas conhecidas, como eu, sabe a importância”, compartilha Ana.
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