Em Manaus, indígenas fazem reivindicações durante protesto em frente a Hospital de Combate à Covid-19


Manifestantes querem parar de passar por outras unidade de saúde antes de serem levados à ala exclusiva. Eles também cobram informações sobre internados. Indígenas fazem ato em frente à Hospital de Combate à Covid-19, em Manaus.
Luciano Abreu/Rede Amazônica
Um grupo de dez indígenas realizou um protesto, na manhã desta quarta-feira (3), em frente ao Hospital de Combate à Covid-19, o Hospital Nilton Lins, em Manaus, com reivindicações sobre o atendimento dos povos nativos. No local, foi aberta uma Ala Indígena.
De acordo com os manifestantes, os indígenas atendidos na ala exclusiva do Hospital Nilton Lins precisam passar por outras unidades para serem transferidos ao local. Eles cobram que seja autorizada a entrada direta dos indígenas na ala exclusiva. Os manifestantes também denunciam a falta de informações sobre os parentes internados no local.
A tenente Adeagna Laborda, vice-diretora da unidade, informou à Rede Amazônica, durante o protesto, que o hospital não pode operar de portas abertas porque também recebe indígenas do interior do Estado e precisa de uma triagem para identificar quem precisa do atendimento. Conforme a tenente, não há lista para receber indígenas no hospital.
Nessa terça-feira (2), o governador Wilson Lima disse, em entrevista à GloboNews, que, durante a pandemia, os indígenas acabavam entrando em uma unidade hospitalar e não havia uma diferenciação de quem era e não era indígena. Agora, eles são levados para a ala exclusiva, mas, conforme manifestantes, ainda precisam passar por outras unidades.
Indígenas fazem ato em frente à Hospital de Combate à Covid-19, em Manaus.
Luciano Abreu/Rede Amazônica
A ala indígena tem 33 leitos clínicos e 20 de alta complexidade. Nesta terça-feira, três indígenas estavam internados em enfermaria e quatro em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O governo informou que o local também conta com espaço destinado a um pajé, para acompanhamento tradicional, conforme cada cultura. As enfermarias, além de cama, contam com redes para preservar hábitos.
De acordo com o governo, entre os diferenciais do espaço estão a observação de hábitos alimentares, viabilização de protocolos clínicos e o compartilhamento de diagnósticos e condutas de saúde, respeitando as etnias e o quadro clínico de cada paciente.
Conforme boletim divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), nessa terça-feira (2), 626 indígenas do Estado haviam sido infectados pelo novo coronavírus, com 34 mortes.

By Negócio em Alta

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