O gesto do governo de reaproximação do Supremo Tribunal Federal (STF) acontece depois de reação de setores da ativa das Forças Armadas, após o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, sobrevoar, com o presidente Jair Bolsonaro, o protesto antidemocrático no domingo (31).
O episódio causou contrariedade entre integrantes dos comandos das três Forças e foi devidamente comunicado ao ministro da Defesa. A maior preocupação é que haja um movimento de politização dos quartéis com essa aproximação de militares do governo Bolsonaro.
Na segunda-feira (1), num gesto de reaproximação, ministro da Defesa se reuniu, em São Paulo, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos das “fake news” e do financiamento de manifestações antidemocráticas.
Na terça (2), o próprio presidente Bolsonaro participou por videoconferência da posse de Moraes como integrante efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tanto cuidado, não foi por acaso: integrantes do Supremo e do Congresso viram no gesto do ministro da Defesa de sobrevoar as manifestações com Bolsonaro uma tentativa de passar sinais para a opinião pública de que as Forças Armadas apoiariam as manifestações contra a democracia e favoráveis ao fechamento dos poderes.