Expectativa é de beneficiar 40 mil alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de 58 escolas municipais. Ainda não há data de retorno para as aulas presenciais na Capital. Prefeitura de Porto Alegre cria plataforma que facilita interação de alunos e professores
A Prefeitura de Porto Alegre lançou nesta terça-feira (2), uma plataforma com o objetivo de aproximar alunos e professores da rede municipal de ensino. As aulas estão suspensas na Capital desde o dia 18 de março, em razão da pandemia de coronavírus.
A ferramenta chamada Córtex, tem como meta beneficiar 40 mil alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental de 58 escolas municipais. Em uma primeira etapa, serão alcançados 13 mil alunos.
O prefeito da Capital, Nelson Marchezan Júnior, diz que o aplicativo vai ajudar na volta progressiva das aulas presenciais em Porto Alegre.
“A gente está ampliando as atividades e espero que possamos progredir até o momento de voltar a ter uma relação presencial. Hoje não tem como fazer essa previsão. Até agora a gente considera que frente a números mundiais a gente está sendo bem sucedido” diz.
O Córtex tem duas plataformas integradas, uma para o aluno e outra para os professores. O aplicativo permite o registro das atividades e inclui recursos para a interação, além do acompanhamento por parte das famílias. O processo incluirá planejamento, envio ao estudante, recepção pelo docente e avaliação das ações educacionais.
O acesso é gratuito e pode ser feito por computador ou telefone celular. A prefeitura vai custear a conexão através de empresas de telefonia.
“A gente já entrou em contato. Todas as [empresas de] tele vão viabilizar esse acesso aos alunos, e a prefeitura vai custear através de um valor padrão que todas vão ofertar independente de ser Claro, Vivo, Oi, Tim, etc”, explica o prefeito.
Plataforma permitirá contato entre professores e alunos da rede municipal de ensino
Reprodução / RBS TV
O secretário municipal de Educação da Capital Adriano Naves de Brito, destaca que não é necessário cadastrar o telefone. “Agora só os dados usados pela plataforma Córtex, o uso dela é que serão liberados de pagamento. então aquilo que andar pela plataforma está coberto por essa franquia”.
Ele explica ainda que serão necessários alguns dias para que os professores consigam acessar todos os alunos e comecem a fazer as atividades.
“A plataforma permite que ele escreva qual é a atividade, a tarefa que tem a desempenhar. Por exemplo, tem que ver um vídeo, coloca o endereço do vídeo no YouTube. O aluno recebe, acessa, vai pro vídeo ou lê a mensagem, sabe a página do livro que tem ir ou recebe uma tarefa escrita pelo professor”, explica.
Preocupação com o uso correto
Durante dois meses, desde a suspensão das aulas, ficava a cargo de cada escola definir como manter o vínculo com os alunos, enviando tarefas via redes sociais ou aplicativos de mensagens.
O presidente do Sindicato dos Funcionários Municipais (Simpa), Jonas Tarcísio Reis, que também é professor da rede, lembra que a Córtex não é uma ferramenta de educação a distância, mas sim complementar ao trabalho presencial do professor, que nesse momento está suspenso
“É preocupante uma plataforma que pressupõe o auxílio do pai e da mãe, quando muitas vezes a gente sabe que essa figura não está presente no dia a dia das famílias, porque estão trabalhando”, diz.
Ele acredita que o programa vai auxiliar mas não substituir. “É um processo que precisa da presença das pessoas pelo menos no ciclo inicial de até 10 anos de idade”.
Alunos poderão enviar trabalhos pela plataforma
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