‘De fato, tem que ser celebrado esse momento porque é a celebração da vida’, afirma o doutor Carlos Augusto Santos, coordenador do CTI do Hospital Santa Teresa, em Petrópolis. Médico celebra alta de pacientes com coronavírus: ‘É o que nos dá força’
Em todo o mundo, tornaram-se comuns as imagens de pessoas recuperadas de coronavírus recebendo alta dos hospitais sob aplausos. A festa do paciente e de familiares quase sempre oculta a emoção de um personagem importante nessa história: o médico.
O sorriso do profissional que está na linha de frente contra a pandemia — também muitas vezes escondido pelo EPI, o já famoso equipamento de proteção individual — acaba sendo o combustível para que os profissionais de saúde se mantenham firmes num trabalho exaustivo.
É o que afirma Carlos Augusto Santos, coordenador do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Santa Teresa, em Petrópolis.
“Todos pacientes querem externar o agradecimento frente ao trabalho empregado e é o que revigora a equipe, o que nos dá força para continuar enfrentando toda essa batalha, toda essa guerra”.
Para ele, essas imagens compartilhadas de celular em celular têm um significado importante.
“Virou um meme de toda terapia intensiva, mas acho que de fato tem que ser celebrado esse momento porque é a celebração da vida. É motivo de muita alegria e celebração”.
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No estado do Rio, segundo dados da Secretaria de Saúde até a última segunda-feira (11), 11.654 pessoas já tinham se recuperado do vírus.
O número de mortes, até a mesma data, era de 1.714 – mais do que a média mensal de assassinatos no estado para o mês de abril, por exemplo.
Em meio aos números alarmantes, os pacientes recuperados acabam dando o alívio para quem vê tantas pessoas em estado grave. A rotina de trabalho, atesta ele, tem sido cada vez mais dura.
“A minha preocupação é a capacidade nossa de se exaurir porque pra tudo tem um limite”, desabafa.
“Trabalhamos mais do que trabalhávamos, mas a medicina nos impõe isso de alguma forma. Talvez seja a beleza da nossa profissão. No momento em que mais se precisa do médico, é a hora que ele precisa dar as caras e ter coragem suficiente para enfrentar essa pandemia e auxiliar quem mais precisa”, acrescenta.
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