Número de casos confirmados de Covid-19 em Minas deve ser de pelo menos 56 mil, aponta estudo


Pesquisa indica que o número real de casos da doença é de pelo menos 16,5 vezes maior do que o divulgado pela Secretaria de Saúde. Levantamento analisa dados de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) de anos anteriores e compara com os deste ano. Número de casos de Covid-19 em Minas devem ser 16,5 vezes maior do que o divulgado oficialmente
Foto: AFP
Um estudo feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) aponta que o número de casos confirmados de Covid-19 em Minas Gerais é pelo menos 16,5 vezes maior do que o oficial. Nesta terça-feira (12), o número de confirmações divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde chegava 3.435. Mas, se for considerado o que aponta a pesquisa, o total seria de pelo menos 56.677.
De acordo com o estudo, a subnotificação de Covid-9 em Minas é pouco mais que 4 vezes maior do que a média nacional. No Brasil, o número de casos reais de contaminação por coronavírus devem ser três vezes maiores do que os divulgados, segundo a pesquisa. Esta diferença já foi de 7,7, segundo a análise.
Desenvolvida pelos professores Leonardo Ribeiro, da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG e Américo Tristão Bernardes, do Departamento de Física Ufop, a pesquisa utiliza dados de internações hospitalares motivadas por síndromes respiratórias agudas de 2012 a 2019 e compara com o quadro de 2020.
O índice de subnotificação é identificado a partir da diferença entre o que seria esperado para o início deste ano, se não houvesse a pandemia, e o que foi registrado pelos órgãos de saúde. Foi considerado o período entre a 9ª e a 17ª semana epidemiológica.
“É de se esperar que em Minas tenha um índice de subnotificação alto, justamente porque tem muito caso suspeito, muito caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave, pouco teste e poucos casos confirmados. Quando testa massivamente, você sabe quem são as pessoas infectadas e consegue fazer isolamento mais efetivo”, comentou Leonardo Ribeiro.
Mas o número pode ser ainda maior. Isso porque o índice de subnotificação foi obtido a partir do número de casos de hospitalização, que são os casos mais graves, ou seja, não considera pacientes com sintomas leves, que não necessitaram de internação.

By Negócio em Alta

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