Síndrome é uma das consequências do novo coronavírus e outras doenças infecciosas e é marcada por falta de ar e cansaço. Dado inclui apenas os casos em que a SRAG ficou sem causa especificada. Aumentou em 76% o número de mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), no Alto Tietê, em abril deste ano. De acordo com um levantamento realizado pelo G1, em 2020, ao longo do mês, foram registradas 74 mortes por SRAG, enquanto no mesmo período de 2019 foram 42. A síndrome é uma das consequências do novo coronavírus e outras doenças infecciosas e é marcada por falta de ar e cansaço.
O balanço inclui dados de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá e Suzano. Os município de Biritiba Mirim, Guararema, Salesópolis e Santa Isabel não responderam aos questionamentos.
Foram contabilizadas apenas as mortes em que a SRAG foi registrada como causa não especificada. A síndrome é uma das consequências do novo coronavírus (Covid-19) e, de acordo com especialistas, o aumento no número pode indicar subnotificação da doença (confira abaixo o que é a SRAG e porque está relacionada ao coronavírus).
Cartórios registram aumento de 1.035% nas mortes por síndrome respiratória
Mortes por síndromes respiratórias em 2020 superam média dos últimos 10 anos, apontam dados da Fiocruz
Respiradores são usados no atendimento aos pacientes com dificuldades respiratórias graves.
Diêgo Holanda/G1
Números por cidade
Itaquaquecetuba foi a que registrou o maior aumento. De apenas uma morte por síndrome respiratória em abril de 2019, a cidade foi para 20 neste ano. Além dessas, que não tiveram o motivo especificado, outras oito ainda estão em investigação.
De acordo com a Prefeitura, os óbitos foram confirmados por critério laboral e a cidade tem seguido a resolução que prevê a realização de testes em todos os casos graves, óbitos e profissionais da saúde.
Disse ainda que, devido à pandemia, os critérios e fatores para suspeita de SRAG estão mais ampliados. O olhar do serviço de saúde está mais criterioso em relação ao sinais e sintomas de síndromes gripais.
Mogi das Cruzes foi o município que registrou mais mortes por SRAG sem causa especificada. No entanto, o número é menor do que o de abril de 2019. Foram 36 no ano passado e 34 em 2020.
Em seguida está Ferraz de Vasconcelos. Segundo a Prefeitura, em abril do ano passado três pessoas morreram em consequência da síndrome. Neste, foram oito. Em Poá, que não teve nenhum caso em 2019, foram três em 2020.
Arujá, assim como Mogi das Cruzes, também teve redução. De duas no ano passado, a cidade foi para uma morte em 2020, de acordo com a administração municipal.
Já Suzano foi a única cidade em que não foi registrada nenhuma morte por SRAG sem causa definida nos dois períodos analisados.
Mortes por síndrome respiratória aguda grave em abril no Alto Tietê
Sars-CoV-2 causa Covid-19
Getty Images via BBC
Síndrome respiratória e coronavírus
O pneumologista Marcelo Rabahi, da Universidade Federal de Goiás, explica que o conceito de síndrome respiratória aguda grave foi instituído durante a epidemia da gripe H1N1, quando os pacientes evoluíam rapidamente com um quadro de falta de ar e demonstravam um esforço respiratório intenso.
Os sintomas serviram de parâmetro para para que os profissionais de saúde identificassem a presença de um agente infeccioso, como um vírus, e atuassem mais rapidamente. Surgiu, portanto, a SRAG.
“Como isso ficou associado aos casos de H1N1, que era como uma síndrome gripal associada a uma insuficiência respiratória, [agora] começaram a notificar porque o aparecimento desses casos poderia sinalizar uma epidemia infecciosa, como foi naquela ocasião”, explica.
Ele explica que uma das problemáticas da SRAG é que ela surge em estágios muito avançados da Covid-19, quando o vírus Sars-Cov-2 já desceu para os pulmões e pode não ser identificado nos testes que coletam secreções da garganta ou do nariz. Por isso, a testagem precoce, segundo ele, é fundamental.
Marcelo diz também que o aumento do número de mortes por síndrome respiratória, diante de um cenário mundial de contaminação pelo coronavírus, acende um alerta. Segundo ele, o fenômeno, de âmbito nacional, deve ser observado pelas autoridades.
“Talvez, e eu acredito que algumas autoridades estejam considerando isso, seja pegar os casos de síndrome respiratória grave e se embasar por eles, não pelos confirmados de Covid. Nós pecaríamos pelo excesso, mas nesse momento, talvez, fosse mais prudente”.
“Compare o gráfico desse ano com o do ano passado. O aumento é absurdo, realmente, e esse é o número mais real para a gente. Esse número, quando a gente olha, é o número de Covid-19 no nosso país. Você pode pensar que não é tudo Covid, mas 90% é”.
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