Mães que trabalham no combate ao coronavírus celebram a data sem a presença dos filhos. Ivonete é enfermeira e não poderá comemorar o Dia das Mães com a filha Izaura, na Paraíba
Izaura Magalhães/Arquivo Pessoal
Ivonete é enfermeira no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa e no Programa de Saúde Prisional. Nesse Dia das Mães, ela e a filha Izaura não poderão se encontrar devido ao trabalho da profissional de saúde no combate à Covid-19.
Desde o início dos casos de coronavírus em João Pessoa, Ivonete conta que tem passado por uma rotina tensa. “Tenho que sair pra trabalhar todos os dias, atormentada pelo medo a cada paciente atendido, medo de levar pra minha família contaminação. As duas primeiras semanas da quarentena foram bem difíceis, por medo de transmitir o vírus pra minha filha que tem problemas respiratórios” relata Ivonete.
Atualmente, Ivonete tem trabalhado em uma ambulância que atende diretamente casos suspeitos de coronavírus. Como proteção, ela saiu de casa no final de março e está morando em um apartamento, para evitar contaminar a família, em especial a filha Izaura, que tem problemas respiratórios.
Ivonete é enfermeira e está trabalhando no combate ao coronavírus, em João Pessoa
Izaura Magalhães/Arquivo Pessoal
Para a filha, resta a saudade e orgulho pelo trabalho da mãe. “É triste estar longe. Mas de certo modo ajuda o fato de saber que tô em casa por um ‘bem maior’ me dá mais forças. Eu não fico triste pelo fato que tô em casa, porque sei que ela tá trabalhando e que nem pra casa pode vir. Me dá mais consciência e força, apesar de tudo”, conta Izaura.
O contato de Ivonete e Izaura é apenas por telefone. “Às vezes ela liga triste dizendo que tá com saudade de casa e de me ver, então é um mix de tristeza e orgulho”, diz a filha.
O Dia das Mães de Ivonete e Izaura foi comemorado à distância, cerca de 10 dias antes do domingo de Dia das Mães. Ivonete foi até a guarita do prédio da família, onde pegou o presente que Izaura deixou. “Tem sido difícil já dias em que bate o desespero, medo. Saudades com angústia por não poder estar perto”, conta a enfermeira.
Elieuma não comemorá Dia das Mães com a filha Thayná, em João Pessoa
TV Cabo Branco/Reprodução
A enfermeira Elieuma Alves também vai passar o Dia das Mães deste domingo (11) longe da filha pela primeira vez. “Esse é o primeiro Dia das Mães que vou passar longe da minha, nós somos muito ligadas, eu sou pai e mãe dela. Pra amenizar a saudade nós vamos usar a tecnologia”, conta a mãe.
Elieuma e a filha Thayná, de 13 anos, estão há 40 dias sem se ver. Elas têm se falado por ligação e chamada de vídeo durante esse tempo, mas Thayná conta que não é a mesma coisa. “Eu não vou poder desejar feliz Dia das Mães pessoalmente pra ela mas quando isso tudo passar eu faço. Abraço e beijo ela”.
Assim como a saudade, o orgulho de Thayná pela mãe também é grande.
“Eu acho lindo ela querer salvar vidas. Essa profissão dela é maravilhosa, é linda demais, eu me orgulho muito e me admiro com a coragem dela, porque sei que não é fácil nesses momentos” conta Thayná.
Profissionais de saúde vão passar o Dia das Mães longe dos filhos