Suicídio, um ato a ser evitado


Esta semana, a notícia que o ator Flávio Migliaccio cometeu suicídio, nos deixou chocados e, invariavelmente, com uma pergunta que, apesar de breve, nos traz muita reflexão: Por quê?
O suicídio tem algo de misterioso e, muitas vezes, inexplicável. Alguns o definem como um ato de coragem, quando a situação que o motiva é visível a todos; ou loucura, quando advém de uma luta interna e invisível. O impacto atinge a todos e mostra como o assunto é complexo, uma vez que pode ser visto e discutido por diferentes aspectos: psiquiátrico, psicológico, filosófico, religioso, além das questões preventivas e sociais.
De qualquer forma, nossa mente busca entender o que leva alguém a tirar a própria vida. O ato é resultado da soma de diversos fatores de origem emocional, psíquica, social e cultural, como problemas familiares ou financeiros, decepções amorosas, depressão, abuso de substâncias químicas, etc., e que nem sempre atuam como causa direta. No entanto, observa-se que o denominador comum é o sentimento de desesperança, sendo o maior fator de risco preditivo de suicídio.
Assim, o ato intencional de tirar a própria vida é considerado pela pessoa como uma forma de alivio, uma fuga de uma situação intolerável, que a deprime e a exclui de maneira insuportável. O pedido de socorro nem sempre é claro, tampouco um fim em si mesmo, mas um meio que revela a intenção suicida, sendo que não ocorre uma única vez e sim várias vezes, de diferentes formas.
A pessoa que sobrevive a uma tentativa de suicídio não pode ser menosprezada, banalizando-a com frases do tipo “só está querendo chamar atenção”, mesmo que tais falas não sejam ditas diretamente a ela. Críticas, numa clara tentativa de negar o fato, não resolve. A ajuda deve vir em forma de acolhimento, escutando-a para, inclusive, saber se ela acreditava que tal método acabaria com a sua vida. Assim, é possível descobrir qual o fato precipitante, se foi por impulso, numa crise de raiva, por vingança, desesperança, depressão, desejo de reencontrar-se com alguém que já tenha morrido etc., para determinar se a situação está resolvida ou pode acontecer novamente.
De qualquer forma, o assunto deve ser encarado por todos nós. Devemos nos tornar mais sensíveis ao problema e aos pedidos de ajuda, manifestados através de comportamentos, de frases em redes sociais ou de fragmentos de conversas que, infelizmente, são lembrados apenas mais tarde, pelos familiares ou amigos, quando não há mais nada a ser feito.
Créditos: Joselene Alvim- psicóloga/neuropsicóloga

By Negócio em Alta

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