Flávio Dino (PcdoB) avalia como positiva a atuação das medidas de confinamento obrigatório: ‘O lockdown é um gigantesco sucesso’. Governador do Maranhão concede entrevista no Bom Dia Mirante
No terceiro dia de lockdown na Região Metropolitana de São Luís o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), avaliou as medidas de confinamento obrigatório como “um sucesso gigantesco” mesmo com grandes aglomerações registradas em bairros na Grande Ilha, que envolve a capital e as cidades de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. Em entrevista nesta quinta-feira (7), no Bom dia Mirante, Dino minimizou as aglomerações registradas nas periferias destes municípios dizendo que o Maranhão não está na Europa.
“O principal caminho é o da consciência cidadã. Repito que não vamos trancar todas as pessoas dentro das suas casas com cadeados. Isso não existe. Então o que estamos fazendo é mostrando como o distanciamento social é uma necessidade. As prefeituras estão intensificando, junto a cada bairro, a cada feira, mas, lembrando, não haverá o encarceramento das pessoas. Vão continuar existindo pessoas na porta de suas casas. Não haverá o desaparecimento forçado de milhões de pessoas. Há uma referência meio que romântica do lockdown europeu. Nós não estamos na Europa. As pessoas tem dificuldade de trabalho, de moradia, então nós temos que ter senso de proporcionalidade. Saber o que é possível fazer.”, disse.
PERGUNTAS E RESPOSTAS: tire suas dúvidas sobre o lockdown
ANTES E DEPOIS: fotos mostram São Luís após bloqueio
O QUE MUDA: o que pode ou não pode com o bloqueio total
Flávio Dino lembrou que o lockdown na Região Metropolitana de São Luís é a primeira experiência do bloqueio total no Brasil. O Governador do Maranhão diz que a medida deve ser encarada como patrimônio do estado e volta a fazer uma avaliação positiva do confinamento obrigatório.
“O lockdown é um gigantesco sucesso e é um patrimônio do Maranhão. Uma experiência inédita em termos nacionais. É claro que há pessoas transitando daqui, de acolá, uma vez que é impossível encarcerar milhões de pessoas. Tivemos uma redução muito profunda da quantidade de pessoas circulando e transmito um dado para que seja possível situar isto. Diariamente no nosso sistema de transporte coletivo na Ilha transitam 641 mil pessoas em média. Ontem (quarta-feira, 6), transitaram 96 mil. Ou seja, uma redução de 85% no descolocamento de pessoas por ônibus”, afirmou.
Flávio Dino, governador do Maranhão
TV Mirante
O governador do Maranhão também comentou a possibilidade de colapso do sistema público e privado de saúde. A cidade de São Luís, onde é registrado o maior índice de contaminação do novo coronavírus no estado, chegou a ter 100% dos leitos de UTI exclusivos da rede estadual para tratamento da Covid-19 ocupados, houve nova oferta de leitos e durantes os últimos boletins tem superado a taxa de ocupação de 90%. Dino falou em aliar medidas preventivas e aumento da capacidade hospitalar para que o estado não entre em colapso durante a pandemia.
“Medidas preventivas e expansão da capacidade hospitalar. Essa é a receita que nós temos adotado e até aqui evitamos o colapso. Nossa meta é conseguirmos isso até o final”, pontou.
Lockdown com aglomerações
Mesmo após a determinação judicial e decretos de ‘lockdown’ (bloqueio total), várias regiões da Grande São Luís seguem com pouca modificação da rotina habitual. A exceção acontece no comércio não essencial, que se mantém fechado na maioria das regiões.
Na decisão judicial sobre o lockdown, o juiz Douglas Martins havia determinado que os municípios deveriam disciplinar regras de distanciamento social e garantir o uso obrigatório de máscaras.
Além disso, o decreto do governo estadual determina que as prefeituras devem reduzir a circulação de pessoas e garantir a higiene e distanciamento social em feiras e mercados.
Na Estrada de Ribamar, feira continua sem fiscalização e trânsito de pessoas sem máscara
G1 Maranhão
Entretanto, nesta quarta-feira (6), as feiras na região do Maiobão, Estrada de Ribamar e Cidade Operária continuavam com alguns pontos de aglomeração, além da falta de organização ou fiscalização pelas respectivas prefeituras de Paço do Lumiar, São José de Ribamar e São Luís, ou mesmo pelo governo do estado.
Mesmo com o movimento reduzido, várias feiras continuavam funcionando como em dias antes do lockdown, inclusive com consumidores sem máscara.
Pouca mudança dentro dos bairros
Barreira de trânsito da Guarda Municipal de São José de Ribamar, na região da Mata
G1 Maranhão
Dentro dos bairros e na região de periferia da Cidade Operária, Matinha e Maiobão, também não havia fiscalização do trânsito ou mesmo do uso obrigatório de máscaras.
A Guarda Municipal de São José de Ribamar montou uma barreira próximo a Estrada de Ribamar, mas todos os motoristas que passavam eram liberados, mesmo sem apresentar a declaração obrigatória explicando o motivo do deslocamento.
Em alguns lugares, jovens jogavam futebol ou empinavam pipa, enquanto moradores conversavam na porta de casa ou de estabelecimentos, sempre sem o uso de máscaras.
Moradores conversando sem máscaras na Estrada da Mata, na região de São José de Ribamar
G1 Maranhão
Initial plugin text