SÃO PAULO – Com notícias de uma desaceleração do coronavírus na Europa e expectativas de um corte ainda maior que o previsto da Selic já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam queda na manhã desta segunda-feira (6).
Entre os títulos indexados à inflação, o papel com vencimento em 2026 pagava 3,73% ao ano, ante 3,85% a.a. na sexta-feira (3). Os títulos com prazos em 2035 e 2045, por sua vez, pagavam um juro real de 4,65% ao ano, ante 4,71% a.a. anteriormente.
Com relação aos papéis prefixados, o juro do papel com vencimento em 2026 cedia de 7,69% para 7,40% ao ano, enquanto o Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031 pagava 8,06%, ante 8,36% a.a. no pregão anterior.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos ofertados nesta segunda-feira (6):

Selic mais baixa em 2020
Economistas consultados para o relatório Focus, do Banco Central, veem agora um corte de meio ponto percentual da Selic em maio, dos atuais 3,75% para 3,25% ao ano. Na semana anterior, a previsão era de redução para 3,50%. Para 2021, a projeção de alta para a Selic também foi revista para baixo, de 5,00% para 4,75% ao ano.
Com relação à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta foi cortada pela quarta vez consecutiva, de 2,94% para 2,72%, em 2020, e de 3,57% para 3,50%, em 2021.
O mesmo aconteceu com as perspectivas para a expansão do PIB brasileiro, cuja mediana das projeções recuou pela oitava vez consecutiva, englobando uma visão mais pessimista. Agora, os economistas veem uma contração da economia brasileira de 1,18% neste ano, ante expectativa de retração de 0,48%. Não houve, porém, alterações para 2021, quando a atividade deverá crescer 2,50%.
Noticiário
Entre os destaques do dia, os mercados têm um sentimento de alívio com notícias de que as infecções e as mortes pelo coronavírus desaceleraram neste fim de semana na Espanha e na Itália, mostrando a eficácia das medidas de quarentena. A Itália registrou no domingo 525 mortes pela Covid-19, menor número diário de óbitos desde 19 de março, quando a epidemia explodiu na Lombardia.
Ainda no cenário externo, investidores têm grandes expectativas para um acordo entre a Rússia e a Arábia Saudita, apesar de a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que estava marcada para hoje, ter sido adiada.
No Brasil, na continuidade de medidas para minimizar os impactos da Covid-19, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na sexta-feira a chamada PEC do “orçamento de guerra” (PEC 10/20), que permite a separação do orçamento e dos gastos realizados para o combate à pandemia do orçamento geral da União.
O objetivo é criar um regime extraordinário para facilitar a execução do orçamento relacionado às medidas emergenciais, afastando possíveis problemas jurídicos para os servidores que processam as decisões sobre a execução orçamentária. Agora, o texto precisa ser votado pelo Senado.
Outra proposta do governo em meio à pandemia é a compra direta, pelo Banco Central, de carteiras de crédito e títulos das empresas, fazendo chegar à economia os recursos liberados por Brasília e evitar o “empoçamento” do dinheiro, permitindo aos empresários o acesso aos estímulos.
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