SÃO PAULO – O grupo japonês financeiro Softbank anunciou nesta segunda-feira (23) que pretende vender US$ 41 bilhões em ativos ao longo do próximo ano para inflar seu combalido valor de mercado e honrar dívidas. Do valor que pretende arrecadar, US$ 18 bilhões serão usados na recompra de papéis, anunciou o bilionário Masayoshi Son, fundador e CEO do conglomerado.
A recompra de ações é um mecanismo utilizado para evitar deterioração muito forte de valor de mercado ou retomar o patamar de preço dos papéis quando entendem que o preço dos papéis está abaixo do considerado justo.
O anúncio de Masayoshi Son foi visto como um sinal de que o conglomerado realmente pode valer mais que o preço atual graças a suas participações em empresas líderes em suas áreas, como a gigante de e-commerce Alibaba e a fabricante britânica de chips Arm Holdings Plc. Alguns analistas acreditam que parte dos US$ 41 bilhões a serem arrecadados podem vir da fatia de 26% no Alibaba, que vale US$ 120 bilhões.
Depois do anúncio, as ações da empresa saltaram até 18,6% para 3,18 mil ienes – ainda mais de 40% abaixo do pico deste ano, em fevereiro, quando os papéis atingiram 5,75 mil ienes.
O Softbank, que opera o Vision Fund, um fundo de venture capital de US$ 100 bilhões com foco em empresas de tecnologia, é um grupo considerado especialmente sensível a crises, já que tem enormes dívidas e está amarrado a startups deficitárias e em fase de crescimento ao redor do mundo.
Algumas das companhias que já receberam financiamento do Softbank são as endividadas Uber e Wework. No Brasil, o banco de investimentos do conglomerado já aportou em empresas como Loggi, Banco Inter e Gympass.
Antes do anúncio de recompra, o conglomerado anunciou que pretendia levantar até US$ 10 bilhões para financiar startups atingidas pelo novo coronavírus.
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