SÃO PAULO – Os preços do petróleo desabaram, com o contrato futuro do barril WTI recuando para baixo da faixa dos US$ 20 nesta madrugada, valor próximo à mínima em 18 anos. Por volta das 6h45, estava em baixa de 5%, a US$ 20,44 o barril.
Já valor do contrato do petróleo tipo Brent caía quase 9%, para US$ 22,79.
Segundo informações de agências internacionais, não há sinais de que a disputa entre a Arábia Saudita e a Rússia vá terminar tão cedo.
As Bolsas da Ásia fecharam em baixa nesta segunda-feira. No Japão, a desvalorização foi de 1,6% e, na China, de 0,9%.
Os mercados europeus abriram em queda. O índice FTSE, do Reino Unido, perdia 0,9% por volta das 6h45, enquanto o Dax, da Alemanha, caía 0,1%. Os futuros de Nova York operam entre o terreno positivo e o negativo nesta manhã.
O viés negativo dos mercados decorre do avanço da pandemia do coronavírus e do fato de que os governos anunciaram o prolongamento das quarentenas para conter o avanço da doença.
A pandemia do coronavírus atinge a mais de 700 mil pessoas, com mais de 30 mil mortes ao redor do mundo. O presidente Donald Trump disse que as medidas de distanciamento social nos EUA vigorarão até 30 de abril, mas descartou o fechamento da cidade de Nova York
Os EUA agora têm 143 mil casos da Covid-19, acima da Itália (97 mil), China (82,1 mil) e Espanha (80 mil), de acordo com a Universidade Johns Hopkins.
Trump mudou o seu discurso no final de semana. Para o presidente americano, a prioridade número 1 agora é a vida, a número 2 é a economia. O presidente também alertou que o país pode ter mais de 100 mil mortos pelo coronavírus.
No domingo, a Argentina anunciou que a quarentena será estendida até o final de abril, enquanto, no Reino Unido, ministros do gabinete sugeriram que o fechamento do país pode durar seis meses – o país tem mais de 19 mil casos da Covid-19, com 1.228 mortes.
Na China, o governo reportou 31 novos casos da Covid-19, um deles com transmissão local – os outros são de estrangeiros e chineses vindos do exterior.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês) lançou o alerta de que a pandemia pode levar a interrupções na cadeia de comércio exterior.
“Nós corremos o risco de uma crise alimentar iminente, se não forem tomadas medidas rápidas para proteger os mais vulneráveis, manter a rede de suprimentos viva e reduzir o impacto da pandemia sobre a cadeia alimentar”, comentou a FAO.
A FAO teme que ocorra uma rodada de aumento nos preços dos alimentos como frutas, verduras e carnes, como ocorreu na última recessão de 2008-2009.
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