Ibovespa Futuro cai com notícias sobre o coronavírus e antes de indicadores nos EUA

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (26) em meio às notícias negativas a respeito do coronavírus e à cautela antes da divulgação de indicadores importantes nos Estados Unidos. Por lá, serão divulgados às 9h30 (horário de Brasília) o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2019, para o qual se espera um crescimento de 2,1% e os pedidos de seguro-desemprego, que devem explodir de 281 mil na semana do dia 13 para 1,64 milhão na semana passada, devido às medidas tomadas no combate ao coronavírus.

A Covid-19 já infectou 68.572 pessoas nos EUA e matou 1.031. Já no Brasil, são 2.567 casos de coronavírus e 60 mortos. Nos últimos dias, além da Itália, a Espanha também superou o número de mortos da China por causa da pandemia.

Entre os indicadores, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve um crescimento de 0,24% em janeiro na comparação com o mês anterior, abaixo da expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para um avanço de 0,4%. Em dezembro, o IBC-Br registrou uma contração de 0,27%. Já na base anual, o IBC-Br teve uma expansão de 0,69%, enquanto o mercado esperava um avanço de 1,05%.

Às 09h09 (horário de Brasília), o índice futuro do Ibovespa com vencimento em abril caía 2,77% a 72.535 pontos. Já o dólar futuro para abril sobe 0,36%, a R$ 5,053. O dólar comercial avança 0,32%, a R$ 5,0477 na compra e R$ 5,0494 na venda.

Do lado positivo, o pacote de US$ 2 trilhões foi aprovado por unanimidade (96 a 0) no Senado dos Estados Unidos no final da noite de ontem (madrugada de hoje no Brasil), mas as bolsas de valores da Ásia fecharam em queda nesta sexta-feira e os futuros de Nova York estão negativos.

Agora, a medida será votada pela Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, na sexta-feira (27), antes de ser promulgada por Donald Trump, presidente dos EUA.

Powell

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos já podem estar em recessão por causa dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, mas ressaltou que o país atravessa uma “situação única” e que “não há nada de errado” com sua economia do ponto de vista dos fundamentos.

Em entrevista ao programa Today, da emissora NBC, Powell afirmou que a atividade econômica dos EUA vai sofrer um declínio “substancial” no segundo trimestre, mas previu que poderá ocorrer uma “vigorosa recuperação” quando a crise do coronavírus for superada.

Jerome Powell disse nesta quinta-feira que a instituição vai apoiar o fluxo de crédito na economia através de seus instrumentos de estímulos em meio à pandemia do novo coronavírus.

Em entrevista ao programa Today, da emissora NBC, Powell disse que o Fed está tentando criar uma ponte para incentivar empréstimos para empresas.

Sobre os dispositivos de crédito do Fed, Powell comentou que a instituição não vai ficar “sem munição”.

Ainda na entrevista, Powell disse que um pacote fiscal de US$ 2 trilhões do governo dos EUA e aprovado no Senado americano na madrugada de hoje irá oferecer alívio imediato a trabalhadores afetados pelo impacto do coronavírus.

O papel do Fed, disso Powell, é garantir que a eventual recuperação econômica dos EUA seja o mais forte possível.

Queda de braço entre autoridades

O presidente Jair Bolsonaro voltou a ir contra as medidas adotadas pela maior parte dos estados para combater o coronavírus, ao propor “isolamento vertical”, só para idosos e doentes. Bolsonaro foi rechaçado por antigos aliados, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), além do de São Paulo, João Doria (PSDB). Além disto, técnicos da Saúde e até o presidente da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, criticaram as ideias do mandatário brasileiro, informam os jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Vale destacar que, na véspera, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, buscou tom conciliatório com a fala do mandatário e apresentou visão contrária à forma como a quarentena tem sido instituída por governadores.

Em coletiva de imprensa para a exposição dos números e políticas adotadas pela pasta em resposta ao avanço da Covid-19, Mandetta indicou que o movimento pode ter sido precipitado, considerando o atual estágio da doença no país. “Temos que melhorar esse negócio de quarentena, não ficou bom”, disse. Segundo o Estadão, que ouviu aliados de Mandetta, o ministro da Saúde fez um recuo estratégico ao dar essas declarações.

Reunião do G20 e novas medidas

O presidente Jair Bolsonaro participará de reunião virtual dos lideres do G20 entre 9h e 11h30. A reunião de emergência foi organizada pela Arábia Saudita, que está na presidência rotativa do grupo. A intenção é discutir ações para atenuar o impacto da recessão global que deve acontecer por conta do impacto do coronavírus na economia.

Documento enviado nesta semana pelo ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) a Paulo Guedes (Economia), e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, estima que a epidemia do coronavírus pode exigir R$ 410 bilhões a mais dos cofres públicos para que o SUS consiga atender à população infectada. Mandetta descartou ontem deixar o cargo, enquanto Guedes, segundo o empresário Abilio Diniz disse em uma live realizada pela XP Investimentos, prepara medidas para injetar R$ 600 bilhões na economia (veja mais clicando aqui).

Noticiário corporativo

A Via Varejo informou na noite de ontem que fraudes contábeis que ocorreram em períodos anteriores na Casas Bahia terão impacto de R$ 1,19 bilhão nos resultados do quarto trimestre de 2019 e no ano passado. A empresa diz que não será necessário, segundo as investigações, reabrir balanços de exercício anteriores. Já a gigante frigorífica JBS (JBSS3) divulgou balanço na noite de ontem e reportou um lucro líquido de R$ 6,1 bilhões no ano passado, “o maior da história da empresa”. Houve crescimento de 241% sobre 2018. Outros resultados do grupo, como Ebitda e receita líquida, também mostraram crescimento de pelo menos dois dígitos. A empresa informou que conseguiu reduzir sua dívida, também considerável, para R$ 42,9 bilhões, e a relação dívida líquida sobre o Ebitda, que caiu de 3,18 vezes (3,18x) para 2,16 vezes (2,16x).

Na BB Seguridade, Erik da Costa Breyer exercerá o cargo de diretor de finanças, relações com investidores e gestão das participações, completando o mandato 2019/2021. * Erik Breyer atualmente exerce o cargo de diretor de mercado de capitais e infraestrutura do BB. A conclusão do processo de indicação ainda dependerá de trâmites internos antes de ser submetida ao conselho da cia.

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By Alice Pavanello

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