Mortalidade por Covid-19 no Amazonas é quatro vezes maior do que a média nacional, aponta estudo

Ministério da Saúde divulga diariamente a taxa média de mortalidade por 100 mil habitantes no Brasil. Enquanto a média nacional está em 15,5, no Amazona é de 52,6. Mortalidade por Covid-19 no Amazonas é 4 vezes maior do que a média nacional, diz estudo
Um estudo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) constatou que a média de mortalidade da Covid-19 no estado é quatro vezes maior do que a média nacional.
O estudo da Ufam cruzou as informações de mortalidade e também de letalidade no estado. Para calcular a mortalidade, é preciso primeiro multiplicar o total de óbitos por 100 mil. Depois, esse valor é dividido pelo total da população. Assim, chega-se ao número de mortos para cada 100 mil habitantes. No Amazonas, a média é de 52,6.
Já a conta da letalidade é feita pela divisão do total de óbitos pela soma de casos. No estado, o percentual de letalidade é de 4,7.
O estudo levou em conta estes dois fatores para comparar cada um dos 62 municípios do Amazonas com a média do estado e do país para conseguir, assim, ter uma ideia do agravamento da doença no Amazonas e, principalmente, em Manaus.
O Amazonas chegou, nesta quinta (4), a 46.473 casos confirmados da Covid-19, com mais de 2.183 vítimas da doença. Números associados à precariedade do sistema básico de saúde do estado.
“Manaus apresenta um baixíssimo índice de cobertura, como bem menos do que uma equipe de Saúde da Família para cada 3.500 habitantes, como recomenda o Ministério da Saúde e os padrões internacionais. Essa precariedade do sistema pode estar colaborando para que a nossa capital apresente o maior índice de letalidade do estado e o quarto pior do país, dentre as 27 capitais”, explica Henrique dos Santos Pereira, professor da Ufam.
Apesar da curva crescente de casos e de mortes, o estado deu início a uma reabertura gradual do comércio. A decisão vai de contra a outro estudo, encomendado pelo Ministério Público do Amazonas, que aponta para um cenário ainda pior em Manaus até o início de julho.
“Nós teremos um segundo pico em Manaus justamente por conta desse afrouxamento. Ele vai ser muito maior do que esse primeiro pico que colapsou o sistema de saúde. A gente pode considerar que, no mínimo, para ser razoável e não errar com base num cenário mais otimista, nós teremos por volta de 7 mil mortes, o que é muito preocupante”, avalia Lucas Ferrante, pesquisador do Inpa.

By Negócio em Alta

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