Com mais 418 casos em 24 horas, número de mortos por coronavírus no Brasil chegou a 25, um aumento de 39%, segundo balanço do Ministério da Saúde neste domingo (22). No sábado (21), eram 18 óbitos. Agora o país registra, ao todo, 1546 casos confirmados.
O Sudeste continua sendo a região mais afetada, concentrando 59,9% dos casos do país, com 926 confirmações. Do total de mortes, 22 ocorreram no estado de São Paulo e três no Rio de Janeiro. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kebler de Oliveira, todos os estados brasileiros já notificaram infecções pela covid-19. No recorte por região, além do Sudeste, os casos estão repartidos entre o Norte (49), Centro-Oeste (161), Sul (179) e Nordeste (231).
Durante a coletiva, o ministro da Saúde criticou medidas de gestores públicos pelo país que, segundo ele, vem tomando “atitudes intempestivas”, em desacordo com as necessidades dos municípios neste momento. Sem citar nomes, Luiz Henrique Mandetta disse que muitas ações tomadas com o objetivo de frear a disseminação do vírus, acabam agravando ainda mais a situação de combate ao coronavírus. “Tivemos o exemplo de alguns prefeitos que disseram: ‘vou interromper o sistema de ônibus’, abruptamente. E aí, os profissionais de saúde que trabalham nos hospitais não conseguiram chegar”.
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Segundo Mandetta, muitos municípios ainda estão confusos ao definir o que é ou não essencial, o que também tem atrapalhado. “É preciso entender que tudo pode ser essencial, dependendo do momento. Pode ser que numa hora o essencial seja um eletricista ou uma mecânico que conserte uma ambulância que parou. É preciso definir o que é essencialidade, para que a gente não faça de uma paralisação total um remédio que se torne mais duro que o próprio vírus e esse remédio possa inviabilizar a nossa vida”, ressaltou.
Fake news
Durante a coletiva, Mandetta voltou a falar sobre o cuidado com notícias falsas que circulam pelas redes sociais sobre possíveis remédios contra o coronavírus. Na falta de vacinas e de antivirais específicos para tratar a covid-19, ele alertou para o uso indiscriminado de uma substância chamada hidroxicloroquina, usado para combater malária, lúpus e outras doenças importantes. De acordo com o ministro, o medicamento já está em falta em muitas farmácias, prejudicando quem realmente precisa, além dos riscos à saúde de quem faz a automedicação.
“Os farmacêuticos devem ajudar a orientar que não há ainda fundamento do ponto de vista preventivo desses medicamentos sobre o coronavírus. Esse remédio pode causar lesões auditivas, surdez, lesões hepáticas. Leiam a bula e vocês vão ver. Não é uma simples dipirona”, alertou.
Campanha de Vacinação
O ministro reiterou que a campanha de vacinação contra a gripe (influenza), que foi antecipada e começa nesta segunda-feira (23) em todo o país.
Ele afirmou que distribuirá 75 milhões de doses que previnem somente contra os subtipos do vírus que mais circularam no ano passado. De acordo com Mandetta, a imunização contra a gripe é importante porque muita gente, infectada pelo vírus H1N1, a exemplo do que aconteceu em anos anteriores, pode acabar contribuindo para superlotar os leitos de internação.
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“Não imaginem que essa vacina vai ajudar com o coronavírus. Não tem nada a ver. A questão é que você tem uma série de outros vírus, velhos conhecidos nossos, que todos os anos levam milhares de pessoas à internação hospitalar e causam muitos óbitos também, como as influenzas A e B e o próprio H1N1, que ainda continua matando no Brasil”, explicou o ministro.
De acordo com Mandetta, a campanha vai começar com foco nos idosos, acima de 60 anos, e todos os profissionais da área da saúde.