Ação descobre que uma área de preservação ambiental no Cerrado foi devastada

Mais de 500 hectares foram desmatados. As investigações apontam que no lugar da vegetação nativa, que foi derrubada, a ideia era plantar soja. Ação descobre área desmatada no Cerrado em região de preservação ambiental
Uma operação da Polícia Ambiental e da Secretaria do Meio Ambiente de Goiás descobriu que uma área de preservação ambiental, no Cerrado, foi devastada.
Nas imagens, onde apenas terra é vista, deveria existir uma grande área do Cerrado, com plantas e animais. Mais de 500 hectares foram desmatados, na região de preservação ambiental, no município de Cavalcante, a 650 quilômetros de Goiânia.
As investigações apontam que no lugar da vegetação nativa, que foi derrubada, a ideia era plantar soja. O próximo passo – depois do desmatamento, seria a preparação do solo usando calcário que já tinha sido levado. Foram 300 toneladas no total.
A área destruída fica dentro do território do povo quilombola Kalunga, comunidade que reúne descendentes de escravos e próxima do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Patrimônio Natural da Humanidade.
“Nós temos muita preocupação com isso, porque a vida da gente está preservando, enquanto a gente está preservando vem um lá de fora e degrada tudo”, destaca Cirilo Rosa, quilombola.
Segundo os fiscais da Secretaria do Meio Ambiente, os proprietários da fazenda não tinham autorização para derrubar a vegetação nativa.
“Nós estamos aqui dentro do território quilombola. Eles apresentaram apenas documentos do imóvel, documentos pessoais. E licença não há nenhum tipo de licenciamento nessa área”, afirma Robson Disarz, superintendente de proteção ambiental.
Pelo crime de “desmatamento de vegetação nativa sem licença”, a dona da fazenda e a mineradora que arrendou as terras foram multadas em mais de R$ 5 milhões. A Secretaria do Meio Ambiente alerta que além do dano ambiental, o desmatamento também prejudica a imagem do Brasil no exterior.
“Não é bom para o setor produtivo e obviamente não é bom para o meio ambiente. Então essas ações elas têm que ser coibidas com muito rigor e com muita intensidade”, diz Andréa Vulcanis, secretária de Meio Ambiente de Goiás.
O JN procurou os advogados da dona da fazenda e da mineradora, mas não teve retorno.